Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Tive sangramento na gravidez, o que pode ser? Essa é uma dúvida muito frequente entre as mulheres, que pode parecer algo muito assustador, mas é mais comum do que você imagina.
Em pelo menos 20% das gestações naturais, ocorre um sangramento leve nos primeiros três meses. Após tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro, essa taxa pode ser ainda maior.
Mas não se preocupe, a maioria desses sangramentos acabam parando espontaneamente e a gravidez evolui de uma forma saudável, sem complicações.
No entanto, em alguns casos, o sangramento pode ser um indicativo de abortamento inevitável, acendendo um sinal de alerta para os casais que estão passando por essa situação.
Continue lendo este artigo e descubra quais são os motivos e o que fazer quando isso acontecer.
Para solucionar a dúvida de muitas mulheres sobre o que fazer quando se tem sangramento na gravidez, é importante conhecer mais profundamente os motivos para ter acontecido e qual a sua origem.
Para te ajudar, listamos abaixo os três tipos de sangramentos possíveis de acontecer no início de uma gravidez. Veja a seguir:
O sangramento subcoriônico ocorre dentro do útero, próximo ao local de formação da placenta, mais especificamente entre a parede uterina e o córion (membrana mais externa da bolsa).
É conhecido também como hematoma sub ou retrocoriônico e está associado a um maior risco de abortamento espontâneo, descolamento prematuro de placenta e parto prematuro.
Podemos classificar os hematomas subcoriônicos de acordo com a extensão em relação ao tamanho do saco gestacional, durante a ultrassonografia transvaginal:
Os hematomas com áreas de acometimento entre 30 a 50% são os de maior risco, mas todos devem ser avaliados e conduzidos com muita atenção.
Uma parte desse sangue acumulado acaba escoando entre a parede uterina e o saco gestacional, saindo pelo colo do útero e aparecendo como um sangramento, por vezes, vermelho vivo ou mais escuro, como em “borra de café”.
O sangramento ectrópio do colo do útero é quando a camada glandular do colo uterino fica na parte externa do colo uterino, deixando o tecido frágil e pequenas erosões podem se formar principalmente após as relações sexuais. Isso causa um sangramento de pequena quantidade, muitas vezes indolor e irregular.
O ectrópio é decorrente da ação hormonal no colo do útero e esse tipo de sangramento na gravidez não tem relação com abortamento. Ele normalmente para em poucos dias e espontaneamente.
Além disso, outras lesões da vagina e do colo, como infecções e inflamações genitais podem gerar esse sangramento e confundir a gestante. O exame ginecológico permite diagnosticar e tratar cada doença de forma específica, a fim de reduzir os sintomas.
A gestação ectópica acontece quando o embrião se implanta fora da cavidade endometrial, geralmente nas tubas uterinas (ou trompas). O sangramento é acompanhado de dor abdominal, normalmente intensa.
O sangue desce pela tuba e pelo endométrio, saindo pelo colo do útero e vagina como um sangue vivo. Este é um quadro potencialmente grave e que deve ser avaliado rapidamente no pronto-socorro.
Nas primeiras seis semanas de gestação, a elevação adequada dos títulos do beta hCG é um sinal positivo e, nesses casos, a maioria dos sangramentos pode ser apenas uma ameaça de aborto que vai evoluir bem.
A partir da 6ª ou 7ª semana, a visualização dos batimentos cardíacos do embrião no ultrassom é outro sinal de que as chances de ir tudo bem são altas.
Existem várias causas de abortamento, sendo que a maioria é decorrente de uma alteração genética no bebê, que muitas vezes é incompatível com a vida.
No entanto, as mulheres com mais de dois abortamentos espontâneos podem ter um problema no útero ou um risco aumentado de trombose, que compromete a formação da placenta e nutrição do bebê, que são os abortamentos de repetição e merecem uma investigação minuciosa.
De imediato, é de extrema importância que a gestante avise e converse com o seu médico de confiança, onde o ginecologista poderá inferir a causa do sangramento e orientar a paciente.
Assim, ele poderá sugerir exames para avaliar o que está acontecendo, sendo que todos eles, principalmente o ultrassom transvaginal, são ferramentas muito importantes para o diagnóstico preciso e condução de uma forma segura.
Além disso, a abstinência sexual é uma medida importante nessa fase. O útero se movimenta bastante durante a penetração profunda e pode ocorrer contração uterina após as relações, sendo fundamental evitar até liberação do seu médico.
Uma das orientações mais seguidas pelas pacientes é sem dúvida o repouso. Muitas mulheres ficam deitadas na cama, quase que imóveis, com receio de perder o bebê. Mas, apesar de o repouso poder reduzir a perda visível de sangue, não há evidência científica de que ele possa prevenir um abortamento.
As pacientes que fizeram tratamento de reprodução assistida normalmente estão usando uma progesterona natural por via vaginal, como o Crinone®, Utrogestan® e Evocanil®. Alguns médicos acabam aumentando a dose de progesterona e até mesmo de estradiol (Primogyna®, Natifa®, estradot®, oestrogel®, etc) quando ocorre algum sangramento na gravidez.
Desde o repouso absoluto até o uso de progesterona por via vaginal, nenhuma medida é capaz de evitar um aborto espontâneo.
O importante é que a gestante sempre esteja consciente do que está acontecendo com o seu corpo, pois a gravidez é um período de transformação e o sangramento nos primeiros três meses deve ser bem avaliado e conduzido da forma mais adequada para cada paciente.
Depois de entender o que pode ser o sangramento na gravidez, é essencial entender como ter uma gravidez tardia saudável. Leia o artigo e saiba mais!
Por Dr. Renato Bussadori Tomioka
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