Resultado De Preventivo — Papanicolau: Entenda Mais Sobre a Colpocitologia Oncótica

Compartilhe este post

O resultado do exame preventivo é um importante indicativo sobre a saúde do colo do útero e deve fazer parte da rotina de autocuidado da mulher. O exame de colpocitologia oncótica, conhecido como Papanicolau, é essencial para prevenir o câncer de colo uterino — uma das doenças de maior prevalência entre o público feminino. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo uterino é o terceiro mais frequente entre as mulheres, ficando atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal. Além disso, é a quarta principal causa de morte por neoplasia maligna no Brasil, com uma taxa de mortalidade ajustada de 4,51 óbitos por 100 mil mulheres, segundo dados de 2023. 

Neste artigo, você vai conferir o que é o exame preventivo, quais alterações ele pode detectar, como interpretar os resultados e entender se o laudo está normal ou alterado. 

Resultado de preventivo: o que é o exame de colpocitologia oncótica?

O resultado do exame preventivo, conhecido como exame de colpocitologia oncótica, ou Papanicolau, é fundamental para detectar alterações nas células do colo do útero, incluindo neoplasias. O teste também é chamado de esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica cervical. 

O principal objetivo do exame preventivo é identificar, precocemente, possíveis lesões na região do colo uterino, muitas vezes antes mesmo da paciente apresentar sintomas. A detecção precoce de alterações permite um tratamento rápido e eficaz, prevenindo a progressão para quadros mais graves, como o câncer de colo uterino. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% das mortes por câncer de colo uterino poderiam ser evitadas com a realização regular do exame Papanicolau e com o tratamento precoce das lesões detectadas. 

Além disso, um estudo do Instituto Nacional de Câncer, de 2023, revela que mulheres que realizam o exame preventivo periodicamente têm até 100% de chances de cura quando a doença é diagnosticada nos estágios iniciais.

Por isso, a realização periódica desse exame é uma prática essencial para a saúde feminina. Seja para avaliar infecções ou verificar se o preventivo apresenta resultado normal, o exame é um aliado indispensável na prevenção e controle de doenças ginecológicas.

Quais as doenças o exame de colpocitologia oncótica detecta?  

Além de lesões, o resultado do exame preventivo pode identificar uma série de condições ginecológicas que impactam a saúde feminina. Entre elas, estão infecções causadas por bactérias e fungos, como candidíase, tricomoníase e vaginose bacteriana. 

Esses microrganismos podem ser detectados por meio da análise da flora vaginal presente no laudo. Além das infecções, o exame também é capaz de identificar a presença ou ausência de células neoplásicas, que podem indicar alterações precursoras do câncer de colo uterino. 

O laudo descreve detalhes importantes, como o tipo de células observadas (escamosas, epitélio glandular, células colunares ou metaplasia) e a flora vaginal saudável, composta por lactobacilos, que ajudam a manter o equilíbrio do ambiente vaginal.

Se o resultado do preventivo não aponta lesões pré-malignas ou malignas, ele é descrito como “negativo para células neoplásicas” ou “ausência de atipias”, indicando que não há sinais de malignidade. 

Por outro lado, quando há alterações celulares, as mais comuns incluem:

ASCUS: células atípicas de significado indeterminado

O resultado de ASCUS no exame preventivo indica a presença de células atípicas de significado indeterminado, ou seja, alterações celulares que não podem ser classificadas como normais ou malignas. Na maioria dos casos, essa alteração é benigna e pode ser consequência de alterações hormonais, infecções ou inflamações.

O monitoramento contínuo com novos exames preventivos, colposcopia e biópsias, quando necessário, é a melhor forma de evitar a progressão para lesões de alto grau e garantir a saúde do colo uterino. 

Portanto, mulheres com diagnóstico de ASCUS devem seguir rigorosamente as orientações médicas e realizar os exames complementares indicados para um acompanhamento seguro.

ASC-H: células escamosas atípicas

O resultado de ASC-H (células escamosas atípicas de significado indeterminado com suspeita de lesão de alto grau) no exame preventivo indica alterações celulares que podem estar associadas a lesões precursoras do câncer de colo uterino. 

Diferente do resultado de ASCUS, que geralmente sugere alterações benignas, o ASC-H aponta um risco maior de progressão para lesões de alto grau, como a neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

Esse tipo de alteração é considerado um alerta importante, exigindo uma investigação mais detalhada por meio de exames complementares, como colposcopia com biópsia, para confirmar ou descartar a presença de células neoplásicas.

De acordo com o INCA, a presença de células com alterações de alto risco reforça a importância do acompanhamento médico, já que o diagnóstico precoce pode garantir taxas elevadas de sucesso no tratamento. 

Mulheres com resultado de preventivo ASC-H devem priorizar a realização dos exames indicados e seguir o plano de acompanhamento para assegurar um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, caso necessário.

Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)

A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) é uma lesão pré-maligna caracterizada por alterações celulares no epitélio do colo uterino. Essas lesões são classificadas em três graus, conforme a gravidade:

  • NIC 1 (lesão de baixo grau): geralmente associada a infecções temporárias pelo HPV e com baixo risco de progressão para câncer;
  • NIC 2 (lesão de alto grau): indica alterações mais profundas nas células do colo uterino, exigindo atenção e tratamento;
  • NIC 3 (lesão de alto grau): considerada uma etapa pré-cancerosa com maior risco de evoluir para carcinoma in situ.

O diagnóstico de NIC é frequentemente acompanhado de exames complementares, como colposcopia e biópsia, para confirmar o grau da lesão e determinar o melhor tratamento. O acompanhamento médico é fundamental para monitorar a evolução da lesão e prevenir sua progressão para um quadro maligno.

Lesões pré-malignas

Já as lesões pré-malignas são alterações celulares que podem evoluir para um câncer de colo uterino, caso não sejam devidamente monitoradas e tratadas. Essas condições pré-cancerosas se caracterizam por alterações no formato das células ou surgimento de padrões anormais.

As principais lesões pré-malignas identificadas no exame de colpocitologia oncótica incluem:

  • LSIL – lesão intraepitelial escamosa de baixo grau. Trata-se de uma lesão pré-maligna com baixo risco de ser câncer;
  • HSIL – lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Lesão pré-maligna com alto risco de câncer.

Frente a alteração do exame, faz-se necessário acompanhamento para solicitação ou de exames complementares como colposcopia com biópsia e pesquisa de HPV.

O acompanhamento é imprescindível frente a todas as alterações e principalmente em pacientes com HSIL, uma vez que realizada biópsia, em 50% dos casos o resultado é conclusivo para carcinoma in situ e 7% para carcinoma invasivo.

E caso você receba um diagnóstico positivo e tenha o desejo de ser mãe, é essencial considerar não apenas os tratamentos, mas também estratégias para preservar sua fertilidade

Como interpretar o resultado de preventivo?

Após entender quais alterações o exame de colpocitologia oncótica pode detectar, é essencial saber como interpretar o resultado do preventivo para garantir um acompanhamento adequado e preservar a saúde do colo uterino. 

O laudo é composto por informações detalhadas sobre as células analisadas e as condições detectadas durante o exame. Importante lembrar que o especialista que solicitou os exames é a pessoa capacitada para te fornecer diagnóstico e tratamento adequados. Por isso, é sempre necessário retornar com os exames para consulta de avaliação.

Ao receber o resultado do preventivo, é possível encontrar três classificações principais:

Negativo para malignidade

Uma dúvida comum entre as pacientes é como saber se o resultado do preventivo está normal. Essa interpretação depende das informações detalhadas no laudo, que indicam se há presença de células anormais, inflamações ou infecções.

O resultado normal é descrito como “negativo para malignidade”, ou seja, não há sinais de alterações pré-malignas ou malignas. Entretanto, em casos de alterações benignas, como infecções bacterianas ou virais, o médico pode orientar tratamentos simples para prevenir complicações.

Lembrando que mesmo diante de resultados normais, manter a periodicidade do exame preventivo é essencial para monitorar a saúde do sistema reprodutor e prevenir o desenvolvimento de doenças graves. 

Alterações benignas ou inflamatórias

Essas alterações podem ser decorrentes de infecções causadas por fungos, bactérias ou vírus, como candidíase ou vaginose bacteriana. Embora não sejam sinais de câncer, essas condições merecem atenção, tratamento e acompanhamento médico para garantir o equilíbrio da flora vaginal.

Presença de alterações pré-malignas ou malignas

Esse resultado aponta células atípicas que podem ser classificadas como ASCUS, ASC-H, LSIL ou HSIL, conforme descrito anteriormente.

A leitura correta do resultado do exame preventivo permite identificar a conduta necessária, como manter a rotina de exames anuais ou realizar avaliações complementares (colposcopia e biópsia, por exemplo), dependendo da recomendação médica.

É sempre necessário conversar com o médico para esclarecer dúvidas e entender a abordagem mais adequada. Manter a calma é essencial, pois a detecção precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento.

Quais são as principais indicações para realizar o exame Papanicolau? 

A indicação do exame preventivo é abrangente, com foco principal na detecção precoce de alterações celulares e infecções. 

A seguir, veja as principais situações em que a realização do exame é recomendada.

Rotina de acompanhamento anual

Mulheres sexualmente ativas, a partir dos 25 anos até os 64 anos, devem realizar o exame preventivo regularmente, mesmo na ausência de sintomas. 

O Ministério da Saúde recomenda a realização do Papanicolau a cada três anos após dois resultados anuais consecutivos normais. Esse acompanhamento periódico é fundamental para a detecção precoce de alterações celulares.

Histórico de infecções ginecológicas ou HPV

O exame de colpocitologia oncótica é indicado com maior frequência para mulheres com histórico de infecções por HPV ou outras infecções ginecológicas recorrentes. 

O vírus HPV é o principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões pré-malignas e malignas, tornando o monitoramento essencial para a prevenção de complicações mais graves.

Presença de sintomas ginecológicos

Em casos de sintomas como sangramento vaginal fora do período menstrual, dor pélvica persistente, corrimento com odor forte ou desconforto durante as relações sexuais, o exame preventivo pode ajudar a identificar possíveis alterações inflamatórias, infecções ou lesões celulares.

Acompanhamento após tratamentos ginecológicos

Mulheres que passaram por tratamentos para lesões pré-malignas ou malignas, como conização ou retirada de lesões, devem seguir um cronograma de exames preventivos mais rigoroso. 

O objetivo é garantir que não haja recorrência das alterações e que a recuperação esteja ocorrendo de forma adequada.

Planejamento de gravidez

Antes de planejar uma gestação, é recomendado que a mulher realize o exame preventivo para verificar se está com a saúde ginecológica em dia. Isso ajuda a identificar e tratar previamente possíveis infecções ou alterações celulares que possam comprometer a saúde reprodutiva e o sucesso da gestação.

Realizar o exame de Papanicolau conforme as indicações médicas é uma forma de cuidado integral com a saúde feminina, permitindo diagnósticos precoces e tratamentos eficazes. Lembre-se da importância do acompanhamento com seu médico e mantenha a periodicidade recomendada, mesmo na ausência de sintomas.

Quais as diferenças entre colposcopia e colpocitologia oncótica? 

Embora o exame preventivo de colpocitologia oncótica (Papanicolau) e a colposcopia sejam ambos fundamentais para a saúde do colo uterino, eles têm finalidades, técnicas e procedimentos distintos. 

Entender essas diferenças ajuda a esclarecer qual exame é mais adequado para cada situação e reforça a importância do acompanhamento ginecológico regular.

A colpocitologia oncótica é um exame de triagem. Seu principal objetivo é detectar alterações celulares precocemente, como infecções, inflamações e lesões pré-malignas, antes que se desenvolvam para quadros mais graves. 

Já a colposcopia é um exame complementar, indicado após resultados alterados no preventivo ou quando há suspeita de lesões de alto grau.

Como reforçamos anteriormente, a colpocitologia oncótica é recomendada para todas as mulheres sexualmente ativas dentro da faixa etária indicada. Já a colposcopia é indicada apenas em casos específicos, quando há necessidade de investigação mais detalhada, mas também é possível que seja incluída em sua rotina de exames periódicos. 

Caso o resultado do preventivo seja alterado, o médico poderá solicitar a colposcopia com biópsia para confirmar ou descartar lesões mais graves. Lembrando que manter a periodicidade dos exames ginecológicos é fundamental para preservar a saúde do sistema reprodutor. 

Seja para manter um acompanhamento preventivo ou investigar possíveis sintomas, interpretar o resultado do preventivo corretamente e seguir as orientações médicas é essencial para garantir a saúde do sistema reprodutor. 

Agora que você entende a importância de cuidar da sua saúde ginecológica, saiba que manter os exames em dia é apenas um dos passos. 

Se você deseja compreender mais sobre procedimentos de investigação e tratamento de saúde reprodutiva, leia sobre como a laparoscopia ginecológica pode ser uma aliada na preservação da sua saúde e bem-estar!

Equipe

Por Equipe Vida Bem Vinda

13 de jan de 2025
Compartilhe este post

Os comentários estão desativados.

Artigos relacionados