Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
A Vigitel 2021, pesquisa do Ministério da Saúde, apontou que 22,6% das mulheres do Brasil em idade adulta tinham obesidade. Catalogada como uma das mais graves epidemia do século 21 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é fator de risco para diversas outras doenças, como a diabetes, as doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Para as mulheres, o excesso de peso é também um ponto de atenção quando se deseja realizar o sonho da maternidade, já que pode prejudicar a fertilidade, dar origem a gestações de risco e ser um complicador para ciclos de fertilização in vitro.
Neste post, falamos sobre o impacto da obesidade na fertilidade e na gestação, assunto que precisa ser discutido, pois dados compilados pela Sociedade Americana de Reprodução Humana, publicado na revista Fertility and Sterility, retratam a seriedade do tema na fase da pré-concepção e gestação.
Desordens no ciclo menstrual, comorbidades que pioram a fertilidade da mulher como síndrome do ovário policístico, amenorreia e desequilíbrios hormonais estão relacionados ao excesso de gordura corporal e ao estilo de vida por trás dele.
No Brasil, dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, mostram que:
Continue a leitura do artigos para saber:
Uma mulher grávida é considerada obesa quando apresenta IMC pré-gestacional superior a 30 kg/m2.
Nessa condição, a gestante precisa receber atenção médica para tratar e prevenir as complicações que o excesso de peso e os desequilíbrios metabólicos e nutricionais associados podem causar durante a gravidez para a mãe e o bebê.
Durante a gestão, o ganho saudável de peso fica entre 7 e 15 quilos. De forma geral, é esperado que a mulher ganhe até 1,5 quilo por mês ao longo da gravidez.
Vale pontuar, no entanto, que para quem tem obesidade gestacional, o ganho de peso na gravidez deve ser menor, entre 5 e 9 quilos. O ideal é manter uma alimentação saudável para que o corpo possa utilizar os depósitos de energia para suprir o adicional da gestação na formação do bebê.
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Excesso de peso e obesidade são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura com risco à saúde. Para o diagnóstico dessa condição, a OMS leva em conta o Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado ao dividir-se o peso do indivíduo pela altura ao quadrado. Um índice acima de 25 é considerado sobrepeso, e, acima de 30, obesidade. Além disso, o elevado percentual de gordura na composição corporal é um sinal de alerta.
Caracterizada como uma doença crônica de base inflamatória, a obesidade pode ter diversas causas. Além do consumo excessivo de calorias e/ ou do baixo gasto energético, a condição também pode ser causada por:
A obesidade pré-gestação e o ganho de peso excessivo na gravidez estão associados a problemas como:
Para os bebês, o excesso de peso da mãe pode levar a complicações no período do pré-natal, como dislipidemia, alteração da pressão arterial, hipoglicemia neonatal, trauma fetal, defeitos do tubo neural, prematuridade, sofrimento fetal, risco aumentado de aspiração de mecônio e, em casos mais graves, à morte intrauterina.
Além disso, as taxas de má-formação fetal são maiores em mulheres com obesidade, e bebês filhos de mães com excesso de peso têm maior propensão a sofrerem da mesma condição.
Cuidados com a alimentação e a prática de exercícios são hábitos recomendados a todos, para tratar e prevenir a obesidade. E o ideal é que futuras mães tenham esses cuidados mesmo antes de engravidar, pois as condições nutricionais pré-gestação podem desencadear ou agravar o quadro de excesso de peso ao longo da gravidez e na formação do bebê. Alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras saturadas e industriais devem ser evitados nessa fase, assim como alimentos naturais e ricos em nutrientes essenciais devem estar presentes.
Para evitar a obesidade gestacional, a mulher deve manter hábitos alimentares saudáveis, seguir uma ingestão calórica apropriada, evitando alimentos ricos em gordura e açúcares, e praticar, , atividade física recomendada pelo médico.
Além de ser um fator de risco durante a gestação, a obesidade também é um complicador para mulheres que desejam engravidar, isso porque pode desencadeia alteração no equilíbrio hormonal, alterações no ciclo ovulatório e consequentemente piora da fertilidade, podendo levar a formação de embriões com pior qualidade e maior risco de aborto após a fertilização in vitro.
Por meio de um estudo de coorte retrospectiva, foram analisados 239.127 ciclos de fertilização in vitro entre os anos de 2010-2013. Desses pacientes, mais da metade tinham alteração do índice de massa corpórea, e o resultado foi a queda da taxa de gravidez de acordo com o aumento do IMC.
Destes ciclos, um subgrupo de destaque foi: mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Para esse subgrupo, a taxa de abortamento cresceu conforme o aumento do IMC, com diferença estatística. Os demais índices também tiveram uma tendência de pior resultado conforme aumento do IMC.
O mecanismo que piora a taxa de sucesso de fertilização in vitro em pacientes com sobrepeso/obesidade ainda é incerto. Porém, estudos recentes sugerem uma alteração do microambiente e metabolismo do oócito e embrião, principalmente com aumento do estresse oxidativo. Além disso, estudos também sugerem alteração da receptividade endometrial.
Portanto, quanto maior o IMC, pior o prognóstico da FIV e maiores chances de complicações na gestação para a mãe e o bebê.
Mulheres com alteração no IMC devem ser encorajadas a perderem peso a partir de uma mudança nos hábitos alimentares e estilo de vida, a fim de se obter melhores taxas na FIV e uma gestação saudável.
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Como você pode confirmar ao longo deste post, a obesidade gestacional é uma condição que traz diversos riscos durante a gravidez, além de ser um complicador para os processos de reprodução in vitro. Por isso, mulheres que desejam realizar o sonho da maternidade devem manter hábitos que evitem o excesso de peso.
Leia o artigo “Cuidados Durante a Gravidez — 6 Dicas para Gestantes” para conhecer outros pontos de atenção para ter uma gestação mais saudável e tranquila.
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