Gestação Compartilhada: O Que É e Como Funciona
Entenda o que é a gestação compartilhada e como ela funciona, permitindo que casais homoafetivos femininos participem ativamente da...
Infertilidade é a incapacidade de engravidar após um ano de relações sexuais sem métodos contraceptivos. Se isto está acontecendo com você, saiba que não está sozinha: estudos mostram que cerca de 15% dos casais passam pelo mesmo problema.
Muitas pessoas não sabem, mas homens e mulheres sofrem com desafios reprodutivos da mesma forma. 1/3 dos casos são relacionados à infertilidade feminina, enquanto 1/3 à infertilidade masculina. O restante dos casos deve-se a uma combinação de fatores em ambos parceiros. Muitas vezes — em cerca de 10% dos casais — a causa da infertilidade não pode ser definida inicialmente.
A infertilidade feminina é um motivo de grande angústia para muitas mulheres que sonham em ser mãe. Para conseguir solucioná-la, é importante, primeiramente, entender as causas. Neste artigo, vamos elencar as principais e indicar os principais tratamentos para cada uma delas.
A infertilidade feminina acontece em cerca de 40 a 45% dos casais. A boa notícia é que a maioria das causas pode ser tratada com sucesso. O importante é entender os principais motivos para tratarmos adequadamente e com eficiência.
A quantidade e a qualidade dos óvulos interferem na fertilidade por uma razão que a própria natureza explica. Todos os óvulos da mulher são formados durante a sua vida fetal, ou seja, enquanto ainda estavam no útero da mãe dela.
Um feto do sexo feminino possui, no quinto mês da gestação, cerca 20 milhões de óvulos. Ao nascer, este número já caiu para 1 a 2 milhões de óvulos. E quando a mulher menstrua pela primeira vez, estima-se que o número de óvulos nos ovários gire em torno de 300 – 500 mil óvulos.
A partir daí, todo mês, o corpo da mulher separa mil óvulos, mas usa apenas um deles — ou seja, os 999 restantes entram em morte celular (atresia), não sendo utilizados.
Dessa forma, com 35 anos, muitas mulheres terão menos de 10% de óvulos e, aos 40, a taxa cai para aproximadamente 2,5%. Por isso, após os 35 anos, há muito menos chance de uma mulher conseguir engravidar pelo meio natural, tanto pela menor quantidade, mas especialmente pela menor qualidade dos óvulos.
O ideal é não deixar para engravidar após os 35 anos, pois a partir dessa idade, as chances de concepção reduzem ainda mais, principalmente após os 37 anos, além de aumentar o risco de malformações fetais e abortamento.
No entanto, não sendo possível, hoje é viável congelar os óvulos, preservando a qualidade e um maior número para quando a mulher desejar ter um filho. Vale ressaltar que não há limite de idade para realizar o congelamento de óvulos, mas quanto mais cedo, maiores serão as chances de sucesso.
Aqui falaremos das mulheres que tem óvulos, mas não ovulam com regularidade. A deficiência de ovulação pode ocorrer por diversos fatores, mas a principal causa é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Mulheres com SOP chegam a ficar meses e até anos sem menstruar, já que não ovulam.
Além disso, existem os casos de anovulação por causa de distúrbios hormonais, como doenças da tireoide (hipo e hipertireoidismo) e aumento de prolactina (hiperprolactinemia), que podem influenciar no ciclo ovariano causando infertilidade. Dessa forma, sempre solicitamos exames hormonais completos para avaliar de forma global a paciente infértil.
Para estimular a ovulação, o especialista pode prescrever medicamentos que promovem a liberação de FSH/LH pela hipófise (por exemplo, citrato de clomifeno) ou gonadotrofinas sintéticas (FSH/LH), que possibilitam o crescimento folicular, desencadeando a ovulação. Alguns medicamentos como a metformina e medidas como perda de peso podem auxiliar pacientes com SOP a ovularem espontaneamente.
No caso de doenças hormonais, como problemas na tireoide, é preciso tratar cada caso de acordo com as orientações do especialista.
Como comentamos no tópico acima, mulheres com esta síndrome não ovulam todo mês, gerando atraso ou falta de menstruação, além de causar acne, aumento da oleosidade na pele e crescimento dos pelos em regiões tipicamente masculinas (face, peito, abdome, nádegas etc).
Dessa forma, se uma mulher apresenta ciclos irregulares, com intervalos com mais de 40 dias, e os sintomas androgênicos descritos, é fundamental que seja avaliada por um ginecologista ou especialista em reprodução humana para excluir outras causas e diagnosticar a doença, evitando complicações como diabetes, síndrome metabólica, hipertensão arterial e câncer de endométrio.
Os tratamentos viáveis para quem pretende engravidar são: cirurgia; antidiabetogênicos orais (por exemplo, metformina) se a doença estiver associada à resistência insulínica, dieta equilibrada e atividade física, que devem ser aliadas a outros tratamentos e à indução da ovulação.
Vale lembrar que, se uma paciente com SOP deseja engravidar, é crucial avaliar as tubas uterinas e sêmen do marido, para determinar se a indução da ovulação com coito programado é a melhor opção.
A obstrução das tubas uterinas resulta no impedimento físico de os espermatozoides alcançarem o óvulo, dificultando ou impedindo a fertilização (fecundação), que ocorre na porção ampular da tuba.
O tratamento é cirúrgico e visa corrigir a parte danificada ou o tecido que bloqueia a trompa, como aderências e lesões de endometriose. Assim, a anatomia tubária é restabelecida.
No entanto, muitas vezes isso não é possível, mesmo com técnicas cirúrgicas avançadas, como a videolaparoscopia e robótica. Nesses casos, o tratamento mais indicado é a fertilização in vitro, que permite a fecundação em laboratório, não dependendo da tuba para o sucesso gestacional.
É caracterizada pela presença do endométrio — camada que reveste a cavidade uterina — fora do útero. Este tecido é preparado para receber o embrião, mas, se não houver a implantação, parte do endométrio descama e é eliminado com sangue, que chamamos de menstruação.
Uma das explicações para o surgimento da endometriose é o refluxo de parte do endométrio descamado pelas tubas, o que chamamos de menstruação retrógrada. Este endométrio cai na cavidade abdominal e se deposita nos órgãos adjacentes como intestino, bexiga, ovários, peritôneo, etc.
Além disso, há uma série de fatores como predisposição genética, estímulo hormonal, alterações imunológicas, dentre outros, que favorece o aparecimento da endometriose.
É importante ressaltar que é uma doença benigna crônica, que pode se comportar muitas vezes como um câncer, invadindo as estruturas e órgãos da pelve e até extra-pélvicos, mas não é câncer.
A depender do caso, o médico poderá indicar um dos tratamentos abaixo:
Estes tumores benignos do útero acontecem em até 50% das mulheres em idade reprodutiva e são formados por uma célula da sua parede que começa a se multiplicar, até formar um nódulo e. Normalmente, eles costumam reduzir e até desaparecer após os 50 anos.
A maioria dos miomas não causa sintomas ou problemas às mulheres. Aqueles que podem comprometer a gestação são os grandes (mais de 4 ou 5 cm) e os que ficam dentro do útero (submucosos).
O melhor tratamento depende de três fatores: sintomas, tipos de miomas e características da mulher. Em geral, decidimos por observar os miomas e não os tratar, quando eles não tem impacto importante na fertilidade, ou tratá-los através de cirurgias minimamente invasivas, na qual retiramos os miomas. Estes procedimentos, conhecidos como miomectomia, podem ser feitos por laparoscopia ou histeroscopia, dependendo do tipo do mioma.
A embolização das artérias uterinas também é um procedimento minimamente invasivo, que consiste em interromper o fluxo sanguíneo que alimenta o mioma. Atualmente está indicada em situações de exceção, quando a cirurgia não é recomendada.
Se houver suspeita de infertilidade feminina, o médico poderá solicitar alguns exames:
Será que podemos ajudar? Se você está enfrentando desafios reprodutivos ou tem suspeita de ser infértil, preencha o formulário abaixo para agendar uma consulta com um dos especialistas da VidaBemVinda para entender melhor o seu caso:
Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente é médico e diretor da Clínica VidaBemVinda e do LabForLife.
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