Doação de Óvulos no Brasil: Entenda Os Aspectos Fundamentais do Processo
Saber quais são os aspectos legais relacionados à doação de óvulos no Brasil é um ponto fundamental para quem...
Atualmente, a maternidade vem sendo cada vez mais adiada. Se até pouco tempo atrás as mulheres tinham filhos a partir dos 20 e poucos, hoje em dia é muito mais comum que a realização desse sonho seja adiada para depois de outras realizações pessoais e estabilidade profissional — o que faz com que muitas planejem engravidar apenas depois dos 35, 38, 40 anos.
A expectativa de vida mudou, a sociedade mudou, o mundo mudou. A fertilidade feminina, no entanto, continua a mesma e, por isso, é preciso ser realista. O corpo feminino não é uma fábrica de óvulos, é um estoque. As bebês do sexo feminino já nascem com todos os óvulos que terão ao longo da vida e, com sua liberação ao longo dos anos, essa quantidade só diminui. Por volta dos 40, a reserva ovariana já está perto do fim. Será mesmo seguro esperar esse momento para pensar na gravidez?
A boa notícia é que a medicina reprodutiva avançou muito nos últimos anos e o congelamento de óvulos chegou como um grande instrumento de liberdade, comparado à popularização da pílula anticoncepcional na década de 60. Se lá atrás a possibilidade de evitar uma gravidez emancipou as mulheres, atualmente, a possibilidade de preservar a fertilidade para um momento posterior e driblar o relógio biológico veio para coroar essa emancipação — e muito mais.
Leia este artigo para entender tudo sobre o congelamento de óvulos e descobrir porque vale a pena pensar nisso o mais cedo possível!
Também conhecido como criopreservação, o congelamento de óvulos é uma técnica da medicina reprodutiva que consiste na coleta, na preservação e no armazenamento de óvulos maduros de uma mulher para uso futuro.
Esses óvulos são congelados em baixíssimas temperaturas e, dessa forma, mantidos viáveis por tempo indeterminado, para que possam ser descongelados, fertilizados e implantados no útero em um momento mais adequado da vida da mulher.
A prática, que atualmente vem sendo cada vez mais difundida, permite que a mulher preservar sua fertilidade em um momento em que os óvulos são mais saudáveis e estão presentes em maior quantidade (normalmente, até os 35 anos), mesmo que a gravidez seja um sonho para o futuro – ou mesmo uma dúvida.
Isso é importante porque, com o avanço da idade, a reserva ovariana diminui significativamente, assim como a qualidade dos óvulos, o que reduz as chances naturais de gestação e aumenta o risco de alterações genéticas.
Além de ser uma alternativa para quem deseja postergar a maternidade por motivos pessoais ou profissionais, o congelamento também se apresenta como uma opção importante para mulheres com condições médicas que podem comprometer a fertilidade, como tratamentos de câncer (quimioterapia ou radioterapia), endometriose avançada, histórico familiar de menopausa precoce ou doenças autoimunes.
O congelamento de óvulos é uma decisão profundamente pessoal, mas que tem se tornado cada vez mais comum diante das transformações sociais, profissionais e médicas que impactam o tempo e a forma como as mulheres escolhem (ou podem) ser mães. Os motivos para considerar esse recurso vão muito além da simples postergação da maternidade e envolvem uma combinação de fatores biológicos, emocionais, profissionais e de saúde.
Um dos principais motivos para congelar óvulos é a possibilidade de adiar a gravidez sem abrir mão da chance de ter filhos biológicos no futuro. A fertilidade feminina está diretamente relacionada à idade e, por volta dos 35 anos, começa a cair de forma mais acelerada tanto em quantidade quanto em qualidade.
Por isso, a possibilidade de congelar os óvulos antes desse declínio natural é uma espécie de “seguro”, que permite que a mulher invista em outras prioridades de sua vida sem sofrer tanta pressão do relógio biológico.
O congelamento de óvulos também é recomendado para mulheres que precisam passar por tratamentos que podem comprometer a função ovariana, como quimioterapia, radioterapia, cirurgias nos ovários ou outras intervenções ligadas a doenças como câncer, endometriose severa ou lúpus. Nestes casos, preservar os óvulos antes do início do tratamento pode ser a única chance de gestar biologicamente no futuro.
Mulheres que têm histórico familiar de menopausa precoce podem optar por congelar seus óvulos ainda mais jovens, como forma de prevenir eventuais dificuldades futuras para engravidar.
Nem toda mulher tem a certeza de que quer ser mãe, mas é natural querer manter essa possibilidade em aberto. O congelamento permite, justamente, preservar a chance de escolher. Em vez de tomar uma decisão definitiva sob a pressão do relógio biológico, a mulher ganha tempo para refletir com mais tranquilidade, sabendo que caso deseje engravidar no futuro, seus óvulos estarão lá.
Um dos fatores mais importantes na decisão de congelar óvulos é a idade da mulher no momento do procedimento. Como já foi dito no artigo, a mulher nasce com uma quantidade limitada de óvulos e esse número vai diminuindo naturalmente ao longo de toda a vida.
A fase de maior fertilidade costuma ocorrer entre os 20 e os 30 anos, com declínio mais acentuado a partir dos 35. Após os 40, tanto a quantidade quanto a qualidade caem de forma mais drástica, o que reduz as chances de uma gravidez bem-sucedida e, também, as chances de conseguir óvulos viáveis em uma coleta para congelamento ou fertilização.
Com base nesses dados, especialistas em medicina produtiva recomendam que o congelamento de óvulos seja feito, preferencialmente, antes dos 35 anos. Nessa faixa, os óvulos têm maior potencial reprodutivo, o que significa maiores taxas de sucesso no processo de fertilização e implantação no futuro.
Ainda assim, isso não significa que mulheres com mais de 35 anos não possam recorrer à técnica. Muitas mulheres entre os 36 e os 39 anos ainda apresentam bons resultados, principalmente quando a reserva ovariana está preservada. No entanto, é comum que essas pacientes precisem coletar um número maior de óvulos para garantir boas chances de sucesso, o que pode demandar mais um ciclo de estimulação ovariana.
A partir dos 40 o congelamento ainda pode ser realizado, mas há ressalvas importantes, já que as taxas de sucesso diminuem consideravelmente e os riscos associados ao uso de óvulos com maior idade aumentam, com maior chance de não fertilização e abortos espontâneos. Por isso, após essa idade, é importante conhecer também outras possibilidades, como o tratamento a partir de ovodoação.
Por fim, é importante destacar que a idade cronológica nem sempre reflete com exatidão a saúde reprodutiva de uma mulher e, por isso, uma avaliação individualizada é fundamental. Os exames de reserva ovariana, como a dosagem do hormônio antimulleriano e a contagem de folículos antrais via ultrassonografia são fundamentais nessa jornada, pois ajudam a identificar o melhor momento para agir, mesmo em casos fora da média.
O congelamento de óvulos é um procedimento realizado em clínicas de reprodução assistida. Embora envolva etapas técnicas e acompanhamento médico, é um processo ambulatorial, muito seguro e relativamente rápido. O passo a passo é:
Tudo começa com uma consulta com um especialista em fertilidade, que fará uma avaliação clínica completa e solicitará exames hormonais e de imagem para analisar a reserva ovariana e as condições de saúde da paciente.
Essa etapa é essencial para definir a estratégia de estimulação e prever a quantidade provável de óvulos a serem coletados.
Após os exames, a mulher inicia o uso de hormônios injetáveis para estimular os ovários a desenvolverem múltiplos folículos. Durante o ciclo natural, normalmente apenas um óvulo amadurece por mês, mas com a estimulação, o objetivo é obter entre 10 e 20 óvulos maduros, dependendo da resposta individual.
Durante esse período, a paciente é acompanhada de perto com ultrassonografias e exames de sangue para monitorar o crescimento dos folículos e ajustar as doses hormonais, se necessário.
Quando os óvulos estão maduros, a coleta é realizada via transvaginal, com sedação leve ou anestesia. Utilizando uma agulha guiada por ultrassom, o médico aspira o conteúdo dos folículos, de onde serão selecionados os óvulos.
Esse é um procedimento que dura de 15 a 30 minutos e a paciente pode voltar para casa no mesmo dia, com recomendação de repouso leve nas próximas 24 horas.
Após a coleta, os óvulos são avaliados em laboratório para que os melhores sejam selecionados para congelamento.
Após a seleção, é realizado o congelamento propriamente dito. O método utilizado atualmente é a vitrificação, uma técnica ultrarrápida que evita a formação de cristais de gelo, mantendo a estrutura celular preservada com alta taxa de sobrevivência após o descongelamento.
Após o congelamento, os óvulos ficam sob responsabilidade legal da clínica e a mulher, que têm sua tutela, pode optar então por mantê-los congelados por anos, pagando uma taxa de manutenção anual para garantir o armazenamento seguro.
Embora o congelamento de óvulos seja considerado um procedimento seguro e rotineiro na medicina reprodutiva, ele não é isento de efeitos colaterais, ainda que leves, na maioria dos casos.
É essencial que a mulher esteja informada sobre todas as etapas do processo e as possíveis reações físicas e emocionais que podem acontecer.
Entre os efeitos colaterais possíveis na fase de estimulação ovariana, estão:
Esses sintomas, que são bastante semelhantes aos da TPM, tendem a desaparecer logo após a coleta dos óvulos e são, na maioria das vezes, bem tolerados.
Em casos mais raros pode acontecer a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana, que ocorre quando os ovários respondem de forma exagerada aos hormônios, produzindo muitos folículos e causando acúmulo de líquido no abdômen. Mesmo esses casos, que, repetindo, são raros, são rapidamente tratáveis com o acompanhamento médico adequado.
Após a coleta dos óvulos podem ocorrer efeitos colaterais como pequenos sangramentos e dor pélvica leve nas primeiras horas.
Além dos efeitos físicos, no entanto, é importante levar em consideração os impactos emocionais e psicológicos do procedimento. A pressão para preservar a fertilidade, as incertezas sobre o futuro e as expectativas em relação ao sucesso do congelamento podem gerar ansiedade, angústia ou sentimentos de frustração. Por isso, o apoio psicológico é altamente recomendado, especialmente para mulheres que estejam congelando seus óvulos por motivos médicos ou em meio a diagnósticos delicados, como o câncer.
Uma das dúvidas mais comuns entre mulheres que consideram o congelamento de óvulos é: por quanto tempo eles podem permanecer armazenados? A resposta é animadora: com a técnica de vitrificação utilizada atualmente, os óvulos podem ficar congelados por tempo indeterminado, sem perda significativa de qualidade.
Em relação aos termos legais, no Brasil, não há um limite obrigatório para o tempo de congelamento de óvulos. A Resolução nº 2.320/2022 do Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza a criopreservação por tempo indeterminado, desde que haja um contrato entre a paciente e a clínica ou banco de gametas prevendo o armazenamento.
Quando o assunto é preservação da fertilidade, é um muito comum que surja a dúvida: afinal, congelar óvulos ou embriões?
O congelamento de óvulos e o de embriões são duas opções distintas dentro da medicina reprodutiva, com finalidades semelhantes, mas implicações bem diferentes. No congelamento de óvulos, são preservadas apenas as células reprodutivas da mulher, ainda não fertilizadas. Já no congelamento de embriões, os óvulos são fertilizados em laboratório com espermatozoides (de um parceiro ou doador), e os embriões formados são os que são congelados.
A escolha entre um e outro depende do momento de vida e dos planos da mulher ou do casal. O congelamento de óvulos é ideal para quem ainda não tem um parceiro definido ou prefere manter a autonomia sobre a decisão de maternidade futura. Já o congelamento de embriões pode ser mais indicado para casais que desejam garantir maiores chances de sucesso em uma fertilização futura, uma vez que os embriões já passaram pela etapa mais crítica da fecundação.
Do ponto de vista legal e emocional, o congelamento de embriões costuma ser mais complexo, especialmente em casos de separação ou mudança de planos, já que envolve material genético de duas pessoas. Por isso, especialistas recomendam que a decisão seja tomada com orientação médica e, quando necessário, apoio psicológico e jurídico.
Ambos os métodos são eficazes, mas o mais adequado será sempre aquele que respeita os objetivos reprodutivos e pessoais de quem está passando por esse processo.
Uma das maiores expectativas em torno do congelamento de óvulos é saber: quais são, de fato, as chances de uma gravidez bem-sucedida no futuro? A resposta envolve uma combinação de fatores. De todos os elementos, a idade da mulher no momento da coleta dos óvulos é, sem dúvida, o que mais impacta as taxas de sucesso.
Outro fator importante é o número de óvulos armazenados. Como nem todos os óvulos sobrevivem ao descongelamento ou se fertilizam com sucesso, recomenda-se congelar pelo menos 10 a 15 óvulos se a mulher tiver até 35 anos, ou 20 ou mais se estiver acima dessa idade. Isso aumenta significativamente a probabilidade de obter embriões viáveis para transferência.
Os avanços tecnológicos também precisam ser levados em consideração. Com o aperfeiçoamento das técnicas de vitrificação, fertilização in vitro (FIV), cultivo embrionário e seleção genética, as chances de sucesso aumentaram nos últimos anos. A combinação de bons óvulos, um útero saudável e uma equipe médica qualificada faz toda a diferença.
Levando tudo isso em conta, é importante dizer que expectativas realistas são fundamentais. Embora o congelamento de óvulos ofereça uma excelente chance de preservação da fertilidade, ele não garante uma gravidez futura. É uma ferramenta valiosa, mas que depende de múltiplas variáveis. Ser bem orientada durante todo o processo ajuda a tornar a experiência mais leve e consciente.
A VidaBemVinda é uma clínica especializada em reprodução humana e estamos de braços abertos para acolher cada paciente e enxergar sua jornada de forma completamente individualizada. Está pensando em congelar os óvulos? Fale conosco e marque uma consulta para entender mais sobre o assunto!
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