Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Mesmo antes de nascer, mais especificamente no quinto mês de gestação, os fetos femininos têm cerca de sete milhões de óvulos. Boa parte deles é degradada naturalmente, restando aproximadamente de um a dois milhões no momento do nascimento.
Ao longo da vida, essas células reprodutivas vão sendo perdidas e quando a quantidade de óvulos chega a um nível muito baixo (cerca de menos de 1000 óvulos), a menstruação não vem mais. Esta última menstruação é chamada de menopausa e ocorre, em média, aos 51 anos de idade.
Isso significa que ela não irá mais ovular, menstruar e, consequentemente, engravidar. E quando esse processo acontece mais cedo? É o que chamamos de insuficiência ovariana prematura ou, informalmente, de menopausa precoce. Continue a leitura do artigo para entender:
Como comentamos anteriormente, a menopausa fisiológica é um processo que ocorre naturalmente, geralmente entre os 40 e 55 anos. Ela é determinada quando uma mulher fica pelo menos 12 meses sem menstruar. Isso significa que a sua reserva ovariana foi esgotada.
Se esse processo ocorre antes dos 40 anos, é definida, então, a menopausa precoce ou insuficiência ovariana prematura — o termo mais adequado.
Na maioria das vezes, a menopausa precoce acontece por causa da diminuição da quantidade dos óvulos. O feto feminino nasce com uma determinada reserva, que é perdida ao longo da vida, com isso, a fertilidade feminina cai. Contudo, cerca de 1% das mulheres apresentam uma perda acelerada, entrando na menopausa mais cedo do que outras.
Em alguns casos, podem ser alterações genéticas que fazem com que esse processo ocorra mais rapidamente. Algumas mulheres nem chegam a menstruar, enquanto outras nascem com menos óvulos. Na maioria dos casos, não é possível identificar uma causa para a menopausa precoce que ocorre espontaneamente.
A insuficiência ovariana prematura também pode ser consequência de tratamentos médicos como cirurgias nos ovários, quimioterapia e radioterapia.
Geralmente, a idade na qual as mulheres entram em menopausa precoce é por volta dos 35 anos, chegando próximo aos 40. Contudo, em alguns casos, isso pode ocorrer aos 30 anos ou até mais cedo. Conforme foi dito no tópico anterior, existem situações em que a menstruação nem chega a ocorrer.
Os sintomas da menopausa precoce costumam ser os mesmos da fisiológica, o que chama mais atenção para o primeiro caso são as alterações menstruais.
Aqueles ciclos que antes eram regulares a cada 28 dias vão ficando mais longos, de modo que a mulher pode ficar de 40 a 45 dias sem menstruar, até o momento em que a ovulação não ocorre mais. Nessa situação, o principal sintoma é a infertilidade. Vale ressaltar que, sempre que é percebida alguma irregularidade menstrual, é importante investigar a causa.
A insuficiência ovariana prematura pode se apresentar de diversas formas. Por exemplo, uma mulher tem uma reserva ovariana limítrofe, portanto, ainda menstrua, mas, por conta dessa queda de quantidade dos folículos, a ovulação oscila.
Ou seja, em um mês ela pode ovular e em outro não. Sendo assim, a ovulação se torna infrequente e imprevisível. Esse período vai evoluindo até que ela entra de fato na menopausa, não libera óvulos e, consequentemente, não menstrua mais.
É importante salientar que nesse período em que a mulher ainda ovula, mesmo que infrequentemente, ela ainda pode engravidar naturalmente. Por isso, também precisa se proteger contra gravidez caso não deseje ter um filho, mesmo que as chances sejam baixas.
Afinal, ao contrário de alguém com uma boa reserva, ela vai ovular esporadicamente, então a chance de fecundação diminui.
Nesse caso de insuficiência ovariana prematura, mas que ainda não chegou na menopausa precoce, de fato, a mulher tem uma reserva muito baixa. Contudo, a fertilização in vitro (FIV) com óvulos próprios pode ser tentada, mas sabendo que a taxa de sucesso do tratamento é baixa, porque tem poucos folículos para serem estimulados.
Então, é importante iniciar o procedimento sabendo que, mesmo ainda ovulando, pode ser preciso recorrer à ovodoação, que é a realização da FIV com óvulos de doadoras.
Agora, se a mulher chega no estágio de menopausa precoce, ou seja, já não menstrua há pelo menos um ano, ela não tem mais folículos ovarianos. Nesses casos, o tratamento indicado é a fertilização in vitro com óvulos doados, já que, com os ovários dela, não é mais possível engravidar.
Quer aprender mais sobre esse tratamento? Então confira também o artigo sobre como funciona a fertilização in vitro!
Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
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