Saiba se você está protegida ou sob risco de ter miomas!

Compartilhe este post

Os miomas são tumores benignos do útero. Eles podem ser únicos ou múltiplos. As estatísticas mostram que se acompanharmos um grupo de 100 mil mulheres ao longo da vida, entre 870 e 3700 mulheres receberão o diagnóstico de mioma a cada ano. Isso representará uma prevalência de até 68% ao longo da vida. Ou seja, estamos falando de uma doença muito comum.

Os sintomas principais são: dor, sangramento e infertilidade. Eles dependem da localização dos miomas. Como regra geral: quanto mais profundos no útero (mais próximos da cavidade endometrial)  e quanto maiores em diâmetro, mais sintomáticos serão. É fácil de entender porque: o endométrio, camada interna do útero, é o local onde se forma o fluxo menstrual e onde se desenvolve a gestação.

O tratamento pode ser clínico (análogos do GnRH e Ulipristal – indisponível no Brasil), radiológico (embolização das artérias uterinas e Hi-Fu) ou cirúrgico (miomecotmia ou histerectomia). Para as mulheres com desejo reprodutivo, o padrão-ouro no tratamento é a miomecotmia.

Uma recente revisão sistemática da literatura1 englobando 60 estudos de coorte e de caso-controle tentou identificar quais são os principais fatores de risco e de proteção para o desenvolvimento de miomas, listados abaixo. Fique atenta e veja se tem algum deles!

Fatores de risco

  • Raça negra (risco de 2 a 3 vezes maior)
  • Idade acima de 40 anos (risco 10 vezes maior)
  • História familiar de miomas (risco 3 vezes maior)
  • Intervalo entre os partos maior do que 5 anos (risco 2 a 3 vezes maior)
  • Hipertensão arterial (risco 5 vezes maior)
  • Uso de suplementos alimentares à base de soja (risco 2,5 vezes maior)

Fatores de proteção

  • Ter tido 3 ou mais partos (redução de risco de 80%)
  • Menopausa (redução de risco de 3 a 5 vezes
  • Uso atual anticoncepcional injetável (redução de risco de 2 a 3 vezes)
  • Tabagismo em mulheres magras com IMC abaixo de 22 kg/m2 (redução em 1/3 no risco)

Podemos ver que o surgimento dos miomas tem a ver com fatores genéticos (raça negra, história familiar) e ambientais (idade e exposição a hormônios femininos). Assim, ter pouca exposição a hormônios femininos (menopausa, tabagismo – que aumenta hormônios masculinos e diminui os femininos, ser magra) protege contra a doença. A hipertensão e o diabetes, normalmente associados a obesidade, tem efeito contrário. Postergar a gravidez também aumenta o risco de se ter miomas, dado que a idade, o fato de nunca ter tido filhos e o intervalo entre os partos maior do que 5 anos foram fatores de risco para a doença.

Esperamos que essa informações sejam úteis para que você possa agir sobre os fatores de risco modificáveis com o estilo de vida. Ah! E claro! Embora o tabagismo tenha se mostrado um fator protetor contra miomas, ele traz enormes prejuízos à saúde geral e a fertilidade feminina, especialmente com relação ao envelhecimento ovariano. Independente dos miomas, pare de fumar!!

Referência

1- Stewart EA, Cookson CL, Gandolfo RA, Schultz-Rath R. Epidemiology of Uterine Fibroids: A Systematic Review BJOG. 2017;124:1501-1512.

Compartilhe este post

Os comentários estão desativados.

Artigos relacionados