Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Cerca de uma a cada quatro gestações podem ser perdidas. Essa experiência, muitas vezes, é traumática para os pais que ainda querem realizar o sonho de ter um filho e acabam se perguntando: é possível engravidar após aborto?
Para responder a essa pergunta, é preciso ter clareza de quais foram os fatores que ocasionaram esse processo. Este artigo foi feito especialmente para você que quer descobrir se quem aborta pode engravidar normalmente. Continue lendo para entender melhor sobre o assunto!
Se considerarmos as gravidezes não diagnosticadas, a taxa de aborto pode ser de 40%. Em gestações de até 8 semanas, as principais causas são alterações genéticas embrionárias que impedem o desenvolvimento do feto.
A mais comum é a presença de um cromossomo 16 a mais no embrião (trissomia do cromossomo 16), e mesmo pais com carga genética normal podem originar embriões com essas alterações. Outras causas relacionadas às perdas gestacionais antes da 12ª semana são:
● trombofilia;
● doenças imunológicas;
● doenças crônicas (mau controle da diabetes, hipotireoidismo etc.);
● doenças infecciosas.
Após a 12ª de gestação, os principais fatores que levam ao aborto podem ser:
● alteração anatômica do útero (útero bicorno, septo uterino);
● alteração da cavidade endometrial (mioma submucoso);
● incompetência istmocervical (abertura indolor do canal uterino que resulta em partos no segundo trimestre da gestação).
Em casos de aborto recorrente ou quando ocorrem duas perdas gestacionais sucessivas, é interessante fazer alguns testes para identificar as causas. Elas podem ser:
● hemograma, glicemia, sorologias;
● dosagens hormonais (TSH, prolactina);
● cariótipo;
● pesquisa de trombofilia e causas imunológicas;
● pesquisa de anticorpos irregulares;
● exames de imagem para avaliação uterina;
● índice de fragmentação de DNA espermático. Para entender melhor o que é aborto de repetição, assista ao vídeo abaixo:
Ter clareza das causas das perdas gestacionais é muito importante, especialmente para quem quer saber se é possível engravidar após aborto, porque essas informações ajudam a realizar a melhor programação da próxima tentativa de gravidez.
Agora que você já conhece as principais causas, deve estar se perguntando se quem aborta pode engravidar normalmente.
O intervalo ideal para ter um filho após uma gestação a termo ─ aquela em que o bebê se desenvolve completamente ─ é em torno de 24 meses, mas quando o assunto é engravidar após aborto, esse período é controverso.
Pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é de pelo menos 6 meses. A perda gestacional, além de causar danos psicológicos, pode também aumentar o risco de algumas patologias na próxima gravidez, como trabalho de parto prematuro e pré-eclâmpsia. Essa recomendação é baseada em um estudo antigo realizado em países em desenvolvimento.
Em uma revisão sistemática e metanálise publicada na Human Reproduction Uptade, com 16 estudos incluídos, concluiu-se que um intervalo menor que seis meses entre a perda e uma nova gestação estava associado a menores riscos de outro aborto espontâneo, parto prematuro e maior chance de nascido-vivo.
Uma razão para isso ocorrer, é a própria modificação de comportamento materno em relação à alimentação, atividade física, suplementos vitamínicos para evitar um outro abortamento.
Em relação ao risco de morte fetal, pré-eclâmpsia e baixo peso ao nascer, quando comparados os grupos que engravidaram antes de 6 meses, de 6 meses a 12 meses ou mais que 12 meses, não houve diferença estatística.
Contudo, não há estudos suficientes com intervalo menor que 3 meses. Assim, não podemos afirmar sobre os riscos e benefícios de se engravidar até 3 meses após um abortamento. O intervalo entre 3 a 6 meses, parece ser ideal para tentar engravidar novamente, a luz do conhecimento atual.
Essa decisão pode ser tomada em conjunto com seu médico, após avaliação do casal e identificação de possíveis causas, para garantir o bem-estar materno e fetal. Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Preencha o formulário abaixo para entrar em contato com a VidaBemVinda e agende uma consulta:
Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
08 de ago de 2022Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
A quimioterapia causa infertilidade feminina?. Descubra estratégias preventivas e opções de tratamento de fertilidade para mulheres antes, durante e...
Quero engravidar: qual vitamina devo tomar? Saiba quais vitaminas são fundamentais antes de engravidar e como elas impactam a...