Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
O congelamento de óvulos é uma opção para preservação da fertilidade de mulheres que não planejam ou não podem ter filhos no presente.
Estudos, carreira ou problemas de saúde estão entre as principais causas para se adiar uma gestação. Para mulheres que estão pensando nessa possibilidade, respondemos às dúvidas mais comuns.
Quanto mais cedo, melhor. As maiores taxas de sucesso são para mulheres que congelam antes dos 35 anos, já que a idade impacta progressivamente na qualidade e quantidade dos óvulos.
O óvulo é a maior das células do corpo humano e contém grande quantidade de água; por isso, precisa de cuidados específicos na hora do congelamento para que não se formem cristais de gelo, que podem destruir a célula. É necessário desidratar o óvulo e adicionar uma substância crioprotetora (“anti-freeze”) antes do congelamento, para evitar a formação desses cristais. A técnica utilizada atualmente é a vitrificação, em que o congelamento é feito de forma ultrarrápida, o que permite altas taxas de sobrevivência após o descongelamento.
Antes de coletar os óvulos, a paciente deve estimular os ovários com medicamentos (gonadotrofinas), para promover o crescimento dos folículos (e óvulos que ficam dentro). A estimulação dura cerca de 10 dias, e a coleta é agendada 35 horas após a última injeção (Ovidrel, Choriomon, Gonapeptyl, Lupron). A coleta é feita sob sedação (anestesia geral leve) e dura cerca de 30 minutos. Após a coleta, a paciente pode ir para casa e descansar; no dia seguinte, pode retornar à rotina. Os óvulos são avaliados e os maduros são congelados, podendo ficar anos dentro do nitrogênio líquido antes de serem fertilizados e transferidos para o útero.
Quando a paciente desejar, é feito um preparo endometrial com hormônios para receber o futuro embrião, e, no mesmo dia do descongelamento dos óvulos, o sêmen é coletado para fertilizar os óvulos no laboratório. Nos próximos 3 a 6 dias, os embriões se desenvolvem e podem ser transferidos ao útero.
Devemos considerar que a taxa de sobrevivência dos óvulos é cerca de 90%. Ou seja, a cada 10 óvulos descongelados, cerca de 9 sobreviverão. Ao realizar a fertilização in vitro, a taxa de fertilização (formação do embrião no primeiro dia de desenvolvimento) é cerca de 75-85%, taxa que varia de acordo com a qualidade do óvulo e do sêmen. Assim, existe uma seleção “natural” dos melhores óvulos e espermatozoides, e, posteriormente, embriões. É extremamente raro vermos 10 óvulos congelados darem origem a 10 embriões e 10 gestações. Devemos considerar essa “perda” inerente à reprodução do ser humano.
Não existe um número ideal de óvulos, mas sabemos que mulheres que congelam de 15 a 30 óvulos têm uma boa taxa de sucesso reprodutivo no futuro. É importante entender que o congelamento de óvulos não garante a gravidez no futuro.
Não existe limite. O maior tempo de congelamento de óvulos de que se tem notícias é de 12 anos.
Tudo depende do tipo de medicamento e do histórico médico. Normalmente, quem faz uso de pílulas anticoncepcionais orais deve suspender o uso das pílulas por um tempo antes da coleta. Este tempo é importante para que os ovários possam produzir um grande número de óvulos. Para mulheres que utilizam o dispositivo intrauterino (DIU), não é necessário a retirada, mesmo quando o DIU é liberador de hormônio, como o Mirena. Isso porque o hormônio liberado pelo Mirena não interfere na estimulação e desenvolvimento dos folículos.
Os custos para o congelamento de óvulos são semelhantes aos de FIV, variando de cerca de R$ 8.000,00 a R$ 15.000,00, mas é preciso pesquisar. O preço não deve ser o principal critério de escolha de uma clínica, mas sim as referências de seriedade e idoneidade.
Um estudo publicado com mais de 900 bebês a partir de óvulos congelados apontou que não existe aumento na taxa de defeitos congênitos quando comparados à população em geral. Também não houve aumento das taxas de anomalias cromossômicas entre embriões derivados de óvulos congelados em comparação a embriões derivados de óvulos frescos.
Assim, embora os dados não apresentem riscos, são necessários muitos anos de acompanhamento para reafirmar cientificamente que bebês nascidos de óvulos congelados não apresentam maiores taxas de defeitos congênitos quando comparados aos nascimentos a partir de outros métodos.
Se você tem projetos de uma gravidez futura, busque o máximo de informações de qualidade a respeito do tema. Converse com seu médico antes de qualquer decisão.
Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
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