FIV: como a fertilização in vitro pode me ajudar a engravidar?

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Se você deseja engravidar, independentemente do momento de vida que passa, a fertilização in vitro pode ser o melhor tratamento. Pode ser para agora ou para daqui a alguns anos, quando você tiver conquistado o que está planejando. 

A FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida mais realizada no mundo, sendo a mais eficaz. Muitos casais se beneficiaram da FIV, e mais de 5 milhões de bebês foram gerados por ela. Entenda mais sobre o assunto.

Como funciona

O método desenvolvido pela fertilização in vitro consiste em unir os gametas fora do útero para depois transferir para o corpo da mulher. No caso, o médico deve coletar os óvulos que serão fertilizados pelos espermatozoides, no laboratório de reprodução humana. Quando o processo evoluiu adequadamente, o óvulo começa a se dividir e vira um embrião — momento em que é transferido para o útero da mãe.

Algumas vezes são colocados dois ou mais embriões, para aumentar a taxa de gravidez no ciclo. Porém, essa prática vem sendo cada vez menos realizada, para reduzir a taxa de gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos etc), evitando complicações obstétricas e fetais. Assim, a tendência mundial é transferir um embrião da melhor qualidade possível, mantendo uma boa taxa de gravidez, sem aumentar o risco de múltiplos. 

Entenda o passo a passo

  1. Estimulação ovariana: o ciclo normal da mulher desenvolve um óvulo maduro por mês, mas, para que você tenha mais chances, o ideal é que seu corpo produza o máximo possível de óvulos maduros. Para isso, usamos medicações para estimular o desenvolvimento dos folículos (que contém os óvulos). Esses medicamentos são injetados por via subcutânea e esta etapa dura cerca de 10 a 12 dias. Ao final da estimulação, os folículos chegam a passar dos 17 mm de diâmetro e a coleta é agendada 35 horas após a última injeção (hCG ou agonista do GnRH).
  2. Coleta dos óvulos e espermatozoides: a coleta dos óvulos é feita através da aspiração dos folículos, com uma agulha fina guiada por ultrassom. O procedimento é feito com anestesia geral leve (sedação) e dura cerca de 30 minutos. A coleta do sêmen é feita por masturbação, exceto em casos de vasectomia e outras situações que necessitam procedimentos para aspiração testicular.
  3. Fertilização e Desenvolvimento do Embrião: depois da retirada dos óvulos, eles são fecundados com os espermatozoides no laboratório de reprodução humana. Uma vez que a fertilização acontece, o embrião começa a se desenvolver e é acompanhado por toda equipe que realiza a FIV. O processo é semelhante ao que acontece dentro do útero, porém dentro de incubadoras que proporcionam todas as condições necessárias para o desenvolvimento embrionário. O embrião pode ficar até 7 dias antes de ser transferido ou congelado.
  4. Transferência: após a evolução no laboratório, o embrião é transferido para o útero em um procedimento muito simples mas bastante delicado, que leva em torno de 15 minutos. O procedimento é guiado por ultrassom abdominal.
  5. Teste de gravidez: o beta HCG quantitativo é realizado cerca de 10 dias após a transferência. Se positivo, o exame deve ser repetido em 48 horas para avaliar a evolução.

Indicações

A FIV é indicada para casais que apresentam dificuldade de engravidar, seja por alterações nas tubas uterinas, endometriose, falhas de outros tratamentos, alterações seminais de vários graus, doenças genéticas, baixa reserva ovariana, idade materna avançada, entre outros. 

Resultados

As chances de sucesso desse método estão diretamente relacionadas à idade do óvulo. Quanto mais novo ele for, maiores são as chances. Para você ter uma ideia melhor, mulheres com menos de 35 anos chegam a ter 60% de chance, já as de 35-38 anos têm 40% e, depois dos 40 anos, menos de 10%.

Riscos

O principal risco associado à FIV é a síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO) quando os ovários crescem muito em resposta aos medicamentos, podendo desencadear extravasamento de líquido para o terceiro espaço, ou seja, líquido no abdome, pulmões e até pericárdio, além de inchaço, dor e risco de trombose. É uma complicação potencialmente grave, mas que é perfeitamente evitável com o uso de protocolos seguros, com medicamentos adequados e congelamento embrionário. 

Existe também um risco pequeno de gestação ectópica, quando o embrião se implanta nas tubas, mesmo após ser introduzido dentro do útero. Portanto, é muito importante que o embrião seja colocado a 1 cm do fundo do útero. São detalhes que fazem diferença. O risco de gravidez ectópica na FIV é muito baixa, sendo estimada em menos de 1%.

Outros riscos como sangramento ovariano, torção dos ovários e infeção pélvica são pouco frequentes.

Depois desta leitura ficou bem mais fácil entender o que é a fertilização in vitro, não é? Se ainda não está confiante se congelar ovários vale a pena, esclareça a dúvida clicando aqui. Assim, você fica sabendo tudo sobre o assunto!

Dra. Fernanda Imperial

Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez

Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

21 de jun de 2016
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