Endometriose: tire as suas dúvidas

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A endometriose é uma doença causada pela presença de endométrio – tecido que reveste a parede interna do útero – em outros locais do corpo. Estima-se que cerca de 10-15% das brasileiras em idade reprodutiva tenham a doença, que é de difícil diagnóstico por ser silenciosa, em alguns casos, ou pelo fato de seus sintomas serem confundidos com desconfortos considerados normais no período menstrual.

Confira a seguir pontos importantes sobre a endometriose.

Quais são os sintomas da endometriose?

Os principais sintomas da endometriose são:

  • cólicas intensas, muitas vezes incapacitantes, no período pré-menstrual e durante a menstruação, e que não são facilmente aliviadas com medicamentos;
  • dores e dificuldade de urinar durante o período menstrual;
  • dores nas relações sexuais;
  • dor, dificuldade ou sangramento ao urinar ou evacuar no período menstrual;
  • dificuldade para engravidar (infertilidade).

Entretanto, cerca de 10% das mulheres com endometriose não apresentam nenhum desses sintomas.

Endometriose causa infertilidade?

Sim. Esse é um dos reflexos mais graves da endometriose, por isso é muito importante o diagnóstico precoce. A inflamação pélvica típica da doença altera a anatomia da pelve e obstrui as trompas causando infertilidade. Estima-se que 50% das mulheres com endometriose terão dificuldades para engravidar.

Há fatores de risco para o desenvolvimento de endometriose?

Há algumas hipóteses ainda sem comprovação científica, mas algumas evidências são defendidas por médicos e pesquisadores. O maior número de ciclos menstruais ao longo da vida das mulheres é um deles – a primeira menstruação acontece cada vez mais cedo, aos 9-10 anos, enquanto a primeira gravidez ocorre mais tarde. Esse fenômeno faz com que as mulheres tenham mais menstruação retrógrada e estímulo hormonal cíclico ao longo da vida reprodutiva, elevando os riscos da doença.

O menor número de filhos é outro fator: durante a gestação há predomínio de progesterona no corpo feminino, que é um hormônio contrário ao estrogênio, diretamente ligado à formação do endométrio.

Antecedentes familiares também têm sido relacionados a maior risco de desenvolver a doença. Estima-se o acometimento de 4-6% em mulheres com histórico familiar de endometriose.

Estresse, etnia (mulheres brancas e orientais teriam mais disposição ao desenvolvimento da doença) e questões ambientais são outros fatores de risco em estudo.

A endometriose é comum na adolescência?

Especialistas do Hospital das Clínicas da USP estimam que 70% das adolescentes com dores menstruais crônicas que não respondem ao tratamento com analgésicos, anti-inflamatórios ou anticoncepcionais podem ter endometriose. A falta de maturidade das meninas para identificarem os sintomas e descreverem claramente o que sentem e a dificuldade dos pais em dimensionarem o tamanho das dores comprometem o diagnóstico precoce e podem levar a tratamentos tardios e à esterilidade.

Endometriose tem cura?

Não há cura, mas é possível controlar a doença, evitando que o endométrio se espalhe por outros órgãos e agrave o problema.

Como prevenir a endometriose?

A prática de atividades físicas, em especial os exercícios aeróbicos, têm se mostrado uma grande aliada no controle da endometriose – uma vez que libera endorfina, que causa a sensação de bem-estar, alivia o estresse e inibe a produção de estrogênio, hormônio responsável pelo estímulo de crescimento do endométrio.

Alimentação equilibrada, sem gordura trans e rica em ômega 3 também auxilia na prevenção. Um estudo da Universidade de Harvard demonstrou que mulheres que mantinham dieta rica nesse ácido graxo apresentaram chances 22% menores de desenvolverem endometriose.

Agora, que você já sabe tudo sobre endometriose, conheça os enganos comuns relacionados à doença.

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