Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Quando iniciam sua vida sexual, é muito comum que as pessoas se preocupem em evitar uma gravidez indesejada. O que ninguém imagina, no entanto, é que muitas vezes, quando chega o momento de engravidar, o processo pode não ser tão simples quanto parece.
Uma mulher saudável que mantém relações durante o período ovulatório com um homem igualmente saudável tem cerca de 20% de chance de engravidar a cada ciclo menstrual — ou seja, embora prevenir seja importante, não é tão fácil engravidar quanto se acredita.
Além disso, quase nenhum casal pensa muito sobre a eventualidade de encarar problemas de fertilidade ao tentar conceber, mas eles existem. A boa notícia é que as tecnologias no campo da reprodução humana estão avançando cada vez mais e, felizmente, é possível contar com procedimentos que aumentam muito as chances de uma gravidez biológica. O mais eficiente é a FIV, sigla para fertilização in vitro.
Quer entender mais sobre esse procedimento? Então leia o artigo!
Popularmente conhecida pela sigla FIV, a fertilização in vitro é um procedimento de reprodução assistida que envolve a combinação de óvulos e espermatozóides em um ambiente controlado, fora do corpo da mulher, para formar embriões que são, então, transferidos para o útero com o objetivo de consolidar uma gestação.
Desde julho de 1978, quando nasceu Louise Joy Brown, que ficou conhecida como a primeira bebê de proveta do mundo (ou seja, a primeira bebê proveniente de uma FIV realizada com sucesso), a técnica passou a ser cada vez mais difundida. Atualmente, já são mais de 7 milhões de pessoas geradas por meio da fertilização in vitro, e esse número tende a aumentar cada vez mais.
A fertilização in vitro é recomendada para casais que enfrentam problemas de fertilidade pelos mais diversos motivos, como obstrução das trompas, endometriose, baixa contagem ou baixa motilidade de espermatozóides, entre outros.
Também é uma opção para mulheres que desejam engravidar utilizando sêmen doado, seja em uma produção independente ou em uma relação homossexual ou, ainda, para casais que querem engravidar com o auxílio de um útero de substituição.
Por fim, a FIV também é uma alternativa para casais que não necessariamente apresentam problemas de fertilidade, mas têm histórico de doenças genéticas na família, com ou sem perdas gestacionais recorrentes. Nesse caso, a fertilização in vitro entra como uma possibilidade de testar o embrião previamente em caso de doenças genéticas.
Atualmente, vem se tornando mais comum também a técnica de congelamento de óvulos visando a preservação da fertilidade feminina. Uma paciente que congelou seus óvulos e deseja, em algum momento, utilizá-los, também deve passar por uma fertilização in vitro para obter a gravidez.
O procedimento de fertilização in vitro conta com uma série de etapas. Na primeira delas, a paciente recebe medicamentos para estimular sua produção de óvulos. Essa ovulação é monitorada via ultrassom e, então, no momento mais adequado, os óvulos são coletados por meio de um procedimento conhecido como aspiração folicular.
Em paralelo, o homem fornece uma amostra de sêmen que é processada em laboratório para separar os espermatozoides de maior qualidade.
Depois que tanto os óvulos quanto os espermatozoides foram coletados e selecionados, eles são combinados em uma placa de cultura, sob condições controladas em um laboratório. Esse processo é o da fertilização propriamente dita.
Após a fecundação, os embriões resultantes são cultivados e monitorados em laboratório por alguns dias até atingirem o estágio de desenvolvimento adequado para a transferência, quando podem ser, então, implantados no útero da mulher. Após a transferência, deve-se esperar nove dias para realizar o teste de gravidez e verificar se a FIV foi bem sucedida.
É importante dizer ainda que tanto os embriões quanto os óvulos excedentes desse processo podem ser congelados para serem utilizados futuramente — ou, se for a vontade do casal, doados.
As chances de sucesso da fertilização in vitro variam de acordo com a idade da mulher. Os dados mais recentes da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, publicados em 2023, indicam que as chances de ter um bebê por ciclo de FIV são de até 37% para mulheres com menos de 35 anos, de 18,7% para mulheres de 40 anos e de 7% para mulheres com mais de 43 anos.
Considerando apenas os casais que conseguem formar embriões excedentes para mais de uma transferência embrionária, esses números chegam respectivamente a 47%, 27% e 16%.
Isso demonstra, que as chances estão relacionadas a cada embrião. Sendo assim, a transferência de mais embriões consecutivamente aumenta as possibilidades de sucesso.
O mais comum, atualmente, é que 1 embrião seja transferido, indedependendo da idade da paciente e do cenário. A decisão deve ser tomada em conjunto pela família e pelo especialista, já que a transferência de mais embriões por vez aumenta a possibilidade de gestações múltiplas.
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Por Dr. Lucas Yugo Shiguehara Yamakami
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