Sexo e a gravidez

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Este artigo foi originalmente publicado no blog Criobanco e reproduzido aqui com permissão. Acesse o conteúdo original.

Ao receber a notícia de que um bebê está a caminho, futuros pais e mães já se sentem confusos quando o assunto é relação sexual, principalmente devido às diversas mudanças físicas e comportamentais da mulher durante os nove meses. O medo e a insegurança se misturam com a descoberta de uma nova realidade, e podem tornar os momentos a dois mais difíceis.

Para a ginecologista e sexóloga Lorena Meneguelli, o tema sexo na gravidez ainda é pouco abordado na sociedade e, muitas vezes, quando o fazem é de maneira errada. “Por isso, é papel do médico obstetra diminuir o medo, a ansiedade e a desinformação da gestante e do seu parceiro, explicando claramente as mudanças da sexualidade da mulher ao longo dos nove meses”, explica.

Segundo a médica, o relacionamento sexual está liberado durante toda a gestação, sem restrições, numa gravidez sem intercorrências. “Ou seja, se não houver alguma contraindicação, como risco no trabalho do parto prematuro, ameaça de aborto, placenta prévia, entre outros, o coito não irá prejudicar o desenvolvimento do bebê em nenhum momento. Por isso, é fundamental a avaliação e o acompanhamento do médico obstetra”, destaca.

Driblando o desconforto

Porém, mesmo em uma gestação saudável e sem complicações, o relacionamento sexual pode se tornar desconfortável para algumas mulheres. Isso porque no primeiro trimestre é comum que ela sinta medo, cansaço, sono, e enjôo,  indisposições, que podem levar a uma diminuição da lubrificação vaginal. Segundo Lorena, nesses casos, a gestante pode recorrer ao uso de um gel lubrificante.

Outro fator que pode atrapalhar o sexo é a ação dos hormônios femininos, pois eles podem diminuir a libido da mulher e a vontade de fazer sexo nos primeiros meses da gestação. Já o homem pode entender essa situação de forma protetora e ter medo de que o coito prejudique a formação do bebê. Fiquem tranquilos! O sexo não atrapalhará em nada o herdeiro da família e ainda ajudará a manter o casal unido nessa nova fase.

E quem acha que com o crescimento do bebê o sexo deve ser reduzido – ou até eliminado – está enganado. De acordo com Lorena, no segundo trimestre da gravidez o útero está bastante protegido, não possibilitando o contato entre o canal vaginal e o bebê. Além disso, a região vaginal está mais sensível, devido ao aumento da vascularização da região.

Já a partir do sexto mês, com o abdômen mais volumoso, o desconforto da mulher pode aumentar, bem como o cansaço e as dores na coluna. “Para driblar e tornar o momento mais confortável, a gestante pode optar pela posição lateral”, explica. O importante nesse momento é contar com o acompanhamento médico e ter em mente de que a relação sexual não prejudicará o bebê.

Fique ligada!

A conversa entre o casal é fundamental para que ambos se sintam mais confortáveis com a nova situação;

O sexo na gestação ajuda a promover a cumplicidade entre o casal;

Sexo é bom desde que não seja uma obrigação. Às vezes, um beijo ou um simples carinho vale mais que tudo;

A penetração não prejudica o bebê.

Dra. Larissa

Por Dra. Larissa Matsumoto

Formada pela Faculdade de Medicina da UNICAMP, realizou Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Atenção Integral à Mulher (CAISM) da UNICAMP. Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela TEGO, concedido pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Atualmente, é pós-graduanda pela Faculdade de Medicina da UNICAMP e médica na Clínica VidaBemVinda.

17 de nov de 2014
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