Com a independência feminina e o ritmo da vida moderna, nós, mulheres, estamos cada vez mais postergando a maternidade. Com isso, o tempo age sobre os ovários, levando ao envelhecimento e à redução da qualidade e quantidade de óvulos. Para isso, existe a preservação da fertilidade, fazendo com que a mulher possa engravidar em um momento mais tardio e programado.
Essa técnica é proporcionada pela medicina reprodutiva moderna, por meio do congelamento dos óvulos. Quer saber como isso funciona? Veja a seguir!
Funcionamento dos ovários
Sabemos que os ovários iniciam a sua formação entre a sexta e a oitava semana de gravidez. Já com vinte semanas de vida intrauterina, temos entre 5 a 7 milhões de oogônias (células precursoras dos óvulos).
A partir daí, só perdemos óvulos, no nascimento contamos com cerca de um milhão de óvulos, e ao longo da vida, essa perda ocorre continuamente, a uma taxa de até mil óvulos por mês.
Após os 35 anos, o impacto na queda da reserva ovariana já pode ser sentido, por perda na qualidade e quantidade dos óvulos. , Comparativamente, temos, aos 35 anos, um risco de aborto de 25%, sendo este risco, aos 30 anos de 15%, e, aos 40 anos, 51%. E o que mais preocupa a população, geralmente, são as alterações genéticas, como Síndrome de Down,também aumentam, sendo que aos 35 anos o risco é de 0,2%, e aos 40 anos, esse risco sobe para 1,2%, ou seja, seis vezes maior.
Ambos, tanto o risco de aborto, quanto o risco de Síndrome de Down ocorrem por erros na divisão celular, que aumentam com o envelhecimento dos óvulos, reduzindo as chances de formarmos um embrião geneticamente normal.
Preservação de fertilidade — Como realizar esse procedimento?
Para as mulheres que planejam ser mães mais tarde, ou para aquelas que possuem alguma doença que possa reduzir a reserva ovariana, como endometriose, histórico familiar de falência ovariana precoce e doenças autoimunes, a preservação de fertilidade é a opção mais segura atualmente.
Além disso, a indicação mais precisa hoje é para pacientes com câncer ou que serão submetidos a tratamentos que reduzem a reserva de óvulos, como quimioterapia, radioterapia e também mulheres que passarão por cirurgias ovarianas.
A medicina reprodutiva proporciona técnicas de preservação de fertilidade feminina com bons resultados futuros, como é o caso do congelamento de óvulos maduros por meio de vitrificação (congelamento ultrarrápido), que permite taxas de sobrevivência pós-descongelamento de cerca de 90%.
Outra opção, é o congelamento de embriões, que podem ser formados a partir do sêmen do parceiro ou de um doador anônimo.
O congelamento de tecido ovariano após cirurgia para retirada de fragmentos dos ovários vem ganhando espaço, com mais de trinta crianças nascidas no mundo através dessa técnica. Porém, ainda é considerada experimental, apesar de um futuro promissor, e, a principal indicação seria para pacientes que ainda não menstruam, e que são diagnosticadas com câncer e passarão por tratamento oncológico.
Como é feito o congelamento dos óvulos e embriões?
Tanto para o congelamento de óvulos como para o de embriões, é necessária a estimulação ovariana com gonadotrofinas, medicamentos hormonais injetáveis e seguimento com ultrassom e exames de sangue, para avaliar a resposta ovariana e crescimento dos folículos.
Os óvulos são coletados através de uma punção dos ovários, guiada por ultrassom transvaginal e realizada sob sedação (anestesia geral leve). Os óvulos captados são avaliados no laboratório e os maduros são congelados ou fertilizados pelos espermatozoides, quando o objetivo é congelar embriões.
Não existe um número exato de óvulos a serem congelados para garantia de fertilidade. Porém, sabemos que boas chances de gravidez são atingidas com cerca de vinte óvulos maduros congelados. Outro fator importante é a idade em que a mulher congelou os óvulos — quanto mais jovem, maiores as chances de sucesso reprodutivo no futuro.
Quando estiver disposta a tentar engravidar, sugerimos que tente naturalmente por cerca de 6 a 12 meses. Claro que isso dependerá da idade da mulher. Se caso não engravidar, podemos então partir para o descongelamento dos óvulos (uma parte ou todos) ou para fertilização in vitro com o sêmen do parceiro (ou doador anônimo) e transferência embrionária.
Quer saber mais sobre o congelamento de óvulos para garantir a preservação da fertilidade feminina? Assista o vídeo a seguir!
[https://www.youtube.com/watch?v=px-HeXpv4a0]
É incrível como a mulher moderna caminha no âmbito social e econômico. E, graças ao avanço da medicina reprodutiva, podemos cada vez mais acompanhar essa caminhada também na reprodução humana.
Percebeu como a preservação de fertilidade é importante para as mulheres que optam por uma gravidez mais tardia? Continue acompanhando o blog da VidaBemVinda para mais conteúdos!