Este artigo foi originalmente publicado no blog Trocando Fraldas e reproduzido aqui com permissão. Acesse o conteúdo original.
Indutores de ovulação, eles podem ser sim uma solução para casais que sonham em ser pais, mas encontram na anovulação feminina um empecilho para realizar esse sonho, seja somente com uso de indutor e relações sexuais programadas até mesmo uma fertilização in vitro ou inseminação artificial. Algumas mulheres tem realmente a necessidade de tomar indutor de ovulação, pois apesar de menstruar normalmente podem não ovular e o indutor de ovulação pode e vai dar uma grande força para que a gravidez possa acontecer, o mesmo pode acontecer com mulheres que tem problemas hormonais como a somp por exemplo. Apesar de muito bom e eficiente, o tratamento com indutor de ovulação pode não ser somente flores pelo caminho…
O que devemos saber sobre o indutor de ovulação é que ele não faz milagres e pode sim trazer alguns riscos para a mulher se usado sem acompanhamento ou uso indiscriminado sem indicação médica. Após um ano de tentativas para a gravidez e sem sucesso, o casal deve fazer exames para saber o motivo da infertilidade. Caso não seja constatado um problema especifico ou mesmo uma anovulação, o médico pode aconselhar o uso de indutor de ovulação para facilitar a gravidez. Os indutores de ovulação usados atualmente são:
- Via oral : Clomifeno e Femara;
- Via injetável: Bravele , Menopur , Gonal-f , Puregon e Elonva (esse em particular promete uma única aplicação).
Normalmente o indutor de ovulação mais usado em consultórios de ginecologia são orais a base de clomifeno como Indux, Clomid e Serophene. Esses são vendidos na farmácia com a receita médica porém, também são comercializados livremente, sem mesmo ter que apresentar a receita indicativa do médico para a compra. De certa forma essa liberdade com os indutores passou a se tornar uma ameaça quem quer engravidar, pois a automedicação tem acontecido cada vez mais frequente para uma medicação que pode trazer riscos a saúde reprodutiva da mulher.Os indutores injetáveis são mais caros, isso inibe ainda um pouco o uso indiscriminado, porém cada dia aparecem novos casos de problemas com indutores relativamente baratos e acessíveis como o Clomid por exemplo.
A dose inicial deve ser de 50mg diária por um período de 5 dias, porém até mesmo os médicos estão começando com doses de 100mg com pacientes que nunca tomaram o indutor de ovulação, esse “descuido” pode trazer algumas consequências. Por isso sempre se indica começar a dosagem mais baixa e conforme necessidade, aumentar a dose gradativamente até o máximo de 150mg diária por 5 dias. Após o uso dos 150mg diários, e sem obter resultados satisfatórios, cogitar um tratamento com indutor injetável deve ser discutido. Os indutores injetáveis são mais usados em clinicas para processo fertilização in vitro ou inseminação artificial e em conjunto com medicamentos como Choriomon ou Ovidrel, que são a base de HCG e fazem com que a ovulação aconteça de fato.
Se bem usado o indutor de ovulação são ótimos protagonistas na fertilidade, porém se usados de forma errada podem atrapalhar e em casos considerados mais simples se tornar um pesadelo para a tentante. Na maioria das vezes os efeitos colaterais do indutor de ovulação podem ser apenas dores da estimulação ovariana, uma vez que ele mexe com a glândula hipófise para mandar o hormônio estimulante da ovulação (FSH) que vai dar o start para o desenvolvimento inicial dos folículos. O problema é quando o indutor ultrapassa o nível desejado de estimulação e pode causar uma hiperestimulação ovariana significativa.
O que é hiperestimulação ovariana?
A hiperestimulação é um excesso de produção e estimulação de óvulos em um único ovário ou mesmo nos dois ovários. Essa super produção pode trazer um grande sofrimento para a mulher que usou o indutor. Normalmente a hiperestimulação ovariana por indutor de ovulação é muito dolorosa. O uso de indutor de ovulação pode causar dores, mas essas são como cólicas mais fortes doa lados no baixo ventre onde ficam os ovários e são muito comuns. Já a dor da hiperestimulação é muito mais intensa e pode até mesmo causar febre, inchaço abdominal anormal, irritabilidade e dores na relação sexual.
Os problemas que uma super estimulação devido ao uso de indutor de ovulação, podem ser muito superiores ao beneficio do indutor, portanto o uso desses deve ser acompanhado por um médico para evitar um problema maior como por exemplo a necessidade de retirar o ovário afetado pelo problema.
O tratamento para estimulação excessiva é apenas sintomático com analgésicos, ou às vezes o médico pode indicar um medicamento para ajudar a liberar esses óvulos para aliviar a pressão dos ovários. Se os ovários estiverem muito comprometidos com a hiperestimulação à cirurgia pode ser cogitada para drenagem do liquido, mas isso em um percentual mínimo de casos.
Na contramão da hiperestimulação existe a anovulação mesmo com a medicação, então o controle da função ovariana com ultrassom deve ser feita, aliás deveria ser feita até mesmo com o mínimo uso de indutores para saber se está sendo eficiente ou não. Caso seja comprovada anovulação mesmo com uso de indutor de ovulação, cabe ao médico ver a necessidade de aumentar a dose do medicamento mesmo que injetável.
Casos de mulheres que não ovulam de fato devido à síndrome dos ovários policísticos devem verificar o nível da doença e sempre procurar limpar os ovários antes de estimular novos folículos. Existem medicamentos hoje que são ótimos para ajudar que os ovários fiquem apropriados para o uso de indutor de ovulação, seja ele oral ou injetável. Os prós e contras de cada caso deve ser avaliado pelo médico antes de receitar o indutor, por isso tomar sem orientação médica pode ser muito arriscado e adiar ainda mais o sonho de viver uma gravidez.
Você sabia que o uso de Clomifeno pode tornar o endométrio hostil (menos apto) para receber o óvulo fecundado? Sim! Por isso aconselha-se sempre condicionar o uso de indutor de ovulação com um medicamento amenizador dessa hostilidade. Geralmente são medicamentos como o Estrell, que tornam oendométrio mais fofo e macio para a implantação do bebê na chegada ao útero.
Nota da blogueira: Tive hiperestimulação ovariana na terceira tentativa com indutores. Tomava a dose mais baixa quando a minha ginecologista receitou 150 mg de Clomid por 5 dias. Tomei e mesmo antes de terminar o tratamento sentia dores horríveis. Embora sentisse dores durante o uso de 50mg de indutor, a situação ficou ainda pior quando passei a usar 150mg. Fui ao pronto socorro onde foi descoberto a hiperestimulação ovariana a qual me rendeu alguns meses de descanso e também um cisto hemorrágico de dimensões consideráveis. Por isso tomem muito cuidado com o uso indiscriminado do indutor, ele pode ser ótimo, mas também pode fazer o papel de vilão nas tentativas de engravidar.
Mulheres que não ovulam comprovadamente por hormônios e ultrassom, deve sim usar estimuladores de ovulação eles são ótimos desde que tudo com moderação e cautela e claro com acompanhamento. Lembrando que cada caso é um caso e se você precisa tomar indutor pode tomar tranquilamente desde que indicado por um médico ok?