Saiba Tudo Sobre a Ovodoação: Vantagens e Desafios da Doação de Óvulos
A doação de óvulos é uma solução para muitas mulheres que enfrentam dificuldades de engravidar. Entenda os prós, contras...
“Biópsia” é um termo que pode causar medo em algumas pessoas, mas não tenha receio, futura mamãe ou papai. A biópsia de embrião é um procedimento muito importante, que ocorre em tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV).
Nele, são retiradas algumas células embrionárias para que seja realizada uma análise genética em laboratório. E, a depender do tipo da análise feita, é possível identificar as alterações em número de cromossomos (aneuploidias), translocação cromossômica ou alteração genética.
Continue a leitura do artigo para entender:
Como dissemos anteriormente, a biópsia de embrião é uma etapa importante do tratamento de FIV, principalmente porque é uma forma segura de identificar se o material genético apresenta alguma alteração cromossômica ou gênica que coloque em risco a vida do futuro bebê.
Essa análise é feita após a formação do embrião, geralmente no estágio de blastocisto (embrião de quinto dia), depois da fertilização do óvulo com espermatozoide e antes da transferência do embrião para o útero.
Enquanto o embrião é mantido congelado na clínica, o material recolhido na biópsia é enviado para a realização de testes. Essa análise é chamada de PGT (Preimplantation Genetic Testing ou, em português, Teste Genético Pré-Implantacional).
A biópsia de embrião é realizada quando os materiais genéticos coletados estão em processo de:
Neste exame, há mais chances de danificar o embrião e do resultado ser inconclusivo, devido à baixa quantidade de material enviada para análise. O embrião de terceiro dia tem entre 6 e 12 células, apenas uma ou duas são enviadas para análise.
No quinto ou sexto dia é retirada uma quantidade maior de células sem comprometer o desenvolvimento do embrião para estudar os 24 cromossomos. Geralmente, esse exame é capaz de identificar doenças como:
Agora que você já sabe a importância de fazer a biópsia de embrião, vamos falar sobre as técnicas utilizadas para o procedimento.
Como dito anteriormente, o embrião fica congelado na clínica de reprodução e apenas uma pequena parte dele é extraída para que o laboratório faça os estudos. Essa micromanipulação, como também é chamada, acontece da seguinte forma:
Todo o procedimento — da biópsia ao congelamento dos embriões — é extremamente importante para o tratamento de FIV. E quando realizado por profissionais altamente qualificados, não traz riscos ao embrião. Por isso, é fundamental escolher uma clínica segura e experiente para realizar o exame.
Não tenha medo, esse é um passo necessário para diminuir o tempo para engravidar e evitar abortamentos, além de diminuir falhas de implantação embrionária e doenças cromossômicas e gênicas, principalmente quando há histórico familiar.
Geralmente, o exame é indicado para:
É importante reforçar que o procedimento pode ser feito em diferentes situações, mas ele é ainda mais recomendado quando há histórico de doenças genéticas ou hereditárias na família.
Entenda melhor cada uma das indicações para a realização da biópsia de embrião:
Os óvulos gerados por pessoas com mais de 40 anos, por exemplo, estão mais suscetíveis a resultarem em embriões aneuploides (aqueles com alteração do número de cromossomos). Outra preocupação é que as chances de ocorrer um aborto espontâneo também sejam maiores. Por isso, a idade é um dos fatores que determina quando a biópsia está indicada.
Quando um dos futuros pais apresenta algum caso de doença genética na família também é indicado realizar o procedimento para analisar se o embrião carrega o gene da doença.
Além disso, se o casal já tiver filhos com algum tipo de síndrome, como a Síndrome de Down, é válido fazer o exame.
Infelizmente, nem todo procedimento de Fertilização in Vitro resulta em uma gravidez logo na primeira tentativa. Mesmo que a taxa de sucesso no tratamento seja alta, ainda assim há chances de falha na implantação. Mas, lembre-se: isso não é culpa do casal e o resultado positivo pode vir em novas tentativas.
Nesses casos, a biópsia é indicada porque pode informar aos profissionais e pacientes possíveis motivos de falha ou também de abortamentos. Assim, o procedimento é feito para diminuir o tempo para engravidar e aumentar a chance de implantação naquele ciclo.
Vale dizer que mesmo os pacientes que não se encaixam em nenhuma das situações citadas podem fazer a biópsia embrionária como medida preventiva. Um detalhe muito importante, no entanto, é que o procedimento só pode ser feito por motivos de saúde e não para a escolha do sexo do bebê.
Quando o embrião analisado na biópsia apresentar alguma das doenças mencionadas, o recomendado é não transferir o embrião alterado e partir para uma nova tentativa. Caso ocorram várias tentativas sem sucesso, a paciente ou o casal podem recorrer à doação de óvulos e/ou espermatozoides.
A ovorecepção é um dos métodos que ajudam no tratamento de reprodução assistida. Nesse procedimento, a pessoa recebe o material genético de um banco de óvulos congelados ou com óvulos frescos. Também é possível recorrer à doação de sêmen ou coletar o esperma do cônjuge ou doador no momento indicado pela equipe da clínica.
Quando transferimos um embrião euploide, ou seja, com número de cromossomos normais, a chance de sucesso da gravidez pode chegar a até 65%. Já para os tratamentos de FIV que utilizam as técnicas de ovodoação sem análise genética, indicadores apontam uma taxa de sucesso de 50 a 60%. Os dados da VidaBemVinda apontam uma taxa cumulativa de 70%.
Agora que você tirou suas dúvidas sobre biópsia de embriões, se quiser saber mais sobre reprodução assistida, baixe gratuitamente o nosso e-book “Fertilização In Vitro de A – Z”. Com esse material, você vai entender todas as etapas do tratamento que ajuda milhões de pessoas a realizarem o sonho de ter filhos!
Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
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