Este artigo foi originalmente publicado no blog Criobanco e reproduzido aqui com permissão. Acesse o conteúdo original.
O bebê ainda não chegou, mas os preparativos já são muitos: escolher a cor do quarto, fazer exames, preparar o enxoval e… planejar o futuro. Mas, há alguns anos, garantir o futuro do filho era fazer uma poupança e pensar no ingresso dele na faculdade. Hoje, a preocupação dos pais modernos vai além, e o foco não está apenas em proporcionar boa estrutura financeira aos herdeiros, mas também saúde e qualidade de vida.
Isso vai além de um bom pré-natal e do teste do pezinho, mas à possibilidade de aumentar, logo após o nascimento, a esperança de cura para doenças futuras. Por isso, outra discussão tem sido incluída nos preparativos de espera dos bebês: a criopreservação de células-tronco do cordão umbilical.
O tema poderia, há alguns anos, ser tratado apenas no plano da ficção, mas passou a ser realidade, entrando definitivamente nos debates dos casais ‘grávidos’. Muitos acreditam na eficácia futura das pesquisas. Mas quando se fala em células-tronco, a principal dúvida que vêm à cabeça das pessoas é: “quando efetivamente os tratamentos estarão disponíveis”?
Avanço das pesquisas e terapias
Hoje, no mundo e no Brasil encontram-se em curso centenas de pesquisas, nas mais distintas frentes. Os avanços das terapias experimentais já trazem resultados animadores, como no combate ao diabetes, doenças neurodegenerativas, reabilitação motora e até mesmo na área estética.
Só nos últimos 11 anos, de acordo com o relatório de Avaliação dos Dados de Produção dos Bancos de Sangue do Cordão Umbilical da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgado em 2013, de 2003 a 2012 foram armazenadas 77.049 bolsas de sangue do cordão umbilical em bancos privados. Desse total, 11 já foram utilizadas para transplantes, sendo quatro para uso autólogo (na própria criança) e sete para parentes.
Segundo o hematologista Edgard Nascimento, atualmente, as células-tronco de cordão umbilical e de várias outras fontes estão sendo usadas em pesquisas clínicas por todo o mundo para tratamento de mais de 80 tipos de doenças. “Algumas das que já podem ser tratadas são linfomas de Hodgkin e não Hodgkin, leucemias agudas, tumores germinativos, aplasia de medula óssea, doenças neurológicas, autoimunes, articulares e do fígado, deficiências imunológicas, anemias congênitas, doenças do metabolismo, entre outras”, afirmou.
Estudos indicam também, para o futuro, a possibilidade de cura de diabetes tipo 1, esclerose múltipla, lesões raquimedulares, cerebrais, ósseas e articulares, doenças cardíacas (como insuficiências, infarto e de Chagas) etc.