Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Segundo dados do IBGE coletados entre os anos de 2011 e 2015, houve um crescimento nas taxas de gravidez entre as mulheres que com mais de 40 anos. Nesse período, o número de nascidos vivos se manteve na faixa dos 3 milhões/ano. No entanto, a quantidade de mães entre 40-44 anos aumentou em mais de 10 mil casos (11,8% de aumento em 4 anos).
As mulheres que buscam uma gestação saudável após os 40 anos devem estar cientes dos cuidados atrelados a tal objetivo. Abaixo listamos alguns dos principais fatores para o sucesso da gestação:
A avaliação ginecológica é uma etapa preparatória importante para descartar doenças que podem comprometer a gestação. Investigação e tratamentos prévios de alterações no Papanicolaou, miomas, nódulos de mama, entre outras, devem ser realizadas nesse planejamento da gravidez.
Um estudo publicado na revista Human Reproduction indica que até 50% das mulheres que tentam a gravidez após os 40 anos não atingem a gestação ao longo de um ano. Por isso, a recomendação da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM – American Society of Reproductive Medicine) é de avaliar a fertilidade do casal de imediato quando a idade materna é 40 anos ou mais; sem que haja a necessidade do período de espera de 12 meses sem gestação, como recomendado para as mulheres com menos de 35 anos. Alguns exames são importantes para esta avaliação: histerossalpingografia, avaliação da reserva ovariana e espermograma com morfologia estrita de Kruger.
Sabemos que temos redução da fertilidade com o avanço da idade, com aumento de alterações genéticas e aborto, como mostra o gráfico abaixo (New England Journal of Medicine em 2004).
Um estudo observacional, com mais de 2 mil mulheres submetidas à fertilização in vitro (FIV) após os 40 anos mostra que a taxa de gravidez por embrião transferido é de 13,7% e taxa de aborto foi de 43%. Dados populacionais nos mostram também que as taxas de alterações genéticas nos fetos também aumentam progressivamente com a idade da mãe (idade do óvulo). Por exemplo, a Síndrome de Down, que acomete aproximadamente 1,1% dos bebês filhos de mães aos 40 anos, pode chegar a 3,34% aos 45 anos.
Assim como a avaliação ginecológica, a avaliação clínica das condições gerais de saúde é de suma importância. Isso porque a gestação nessa idade oferece maior risco de diabetes gestacional, doença hipertensiva específica da gestação e as doenças relacionadas ao aumento pressórico, ganho de peso excessivo, alterações vasculares, desde trombose até com maior frequência o edema (inchaço) de membros inferiores.
Para uma gravidez saudável aos 40 anos ou mais, é fundamental que a mulher mantenha um peso adequado, pratique atividade física, mantenha uma alimentação saudável, sem vícios, como tabagismo, uso de drogas, ou etilismo. Hábitos de vida saudáveis propiciarão maiores possibilidades de gravidez, e uma gravidez mais segura.
Por fim, procurar um especialista em reprodução humana é um fator crítico para o sucesso. Este poderá realizar a avaliação da melhor opção para que se consiga o objetivo da gestação no menor tempo, com menor risco.
Avaliar a quantidade e qualidade da reserva ovariana é o fator fundamental para indicação de um tratamento adequado. Entre as opções com melhores taxas de gestação por transferência embrionária é a Fertilização in Vitro, com biópsia e análise genética do embrião. O maior desafio deste tratamento está em obtermos embriões geneticamente normais dado que acima dos 40 anos a taxa de normalidade dos embriões biopsiados em blastocistos é de 13 a 25% em média. Porém, a partir do momento em que tivermos um embrião normal, contaremos com redução do risco de abortamento, e uma taxa de gravidez de 50 a 60%.
Para pacientes com baixa reserva ovariana, ou com idade maior que 45 anos, cujas taxas de sucesso, mesmo com tratamento de fertilização in vitro são menores que 10%, a ovodoação pode ser uma opção, com resultados excelentes, e risco de aborto e de alterações genéticas fetais muito reduzidas, que correspondem a idade da doadora.
Uma avaliação adequada do casal levará a escolha do melhor procedimento para que torne a gravidez viável após os 40 anos, e de forma mais segura, para o binômio mãe/feto.
Formada pela Faculdade de Medicina da UNICAMP, realizou Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Atenção Integral à Mulher (CAISM) da UNICAMP. Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela TEGO, concedido pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Atualmente, é pós-graduanda pela Faculdade de Medicina da UNICAMP e médica na Clínica VidaBemVinda.
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