Homens e mulheres são afetados pela infertilidade de diferentes maneiras, pois ambos são educados para pensar, sentir e agir de formas distintas.
As mulheres em sua maioria são responsáveis pela carga emocional da família, cuidam de suas dores e anseios, carregando um grande fardo sempre que deixam de expressar esses sentimentos.
Quanto aos homens, são educados a reprimir os sentimentos, a serem práticos, tomar decisões e proteger a família dos perigos reais ou imaginários.
Devem ser os provedores e se preocuparem com o sustento financeiro. Sentem-se ameaçados quando têm de expressar os sentimentos e normalmente não sabem lidar com os sentimentos da parceira, por isso tantos focam suas atividades no trabalho, onde se sentem mais seguros.
Como resultado, a mulher acaba tendo que sustentar o impacto emocional da infertilidade, e passa por um turbilhão de emoções como dor, raiva, medo e frustração.
Essas emoções combinadas com a incompreensão de seus sentimentos, que são vistos como “estranhos” ou “sem sentido” podem levar à ansiedade e depressão.
Com o tempo, a mulher perde o controle e não sabe mais como pedir ajuda, especialmente do homem que ela tanto tenta poupar. Ela anseia por contato emocional e interação com o parceiro, que por sua vez, sente-se incapaz de ajudá-la e manda a mensagem de que ela está sendo “muito sensível”, na esperança de acalmá-la, o que é entendido como crítica, e então desentendimentos e incompreensões se desenvolvem.
É difícil para os casais aceitarem a falha na função mais básica que é a reprodução. Admitir esse problema no casamento é como admitir que falharam também na relação.
Felizmente, existem meios para equilibrar o pensar e o agir nessa empreitada, e o melhor deles é o diálogo. Pergunte sobre as suas necessidades, ao invés de presumir saber quais sejam, e ouça, sempre!
O diálogo sincero e interessado é a melhor forma. Busque um diálogo aberto um com o outro e pense que as dores e tantos sentimentos podem ser diferentes, mas todos devem ser validados.
Não existe uma maneira certa ou errada de sentir. Entrar em contato com os seus sentimentos irá lhe ajudar a saber quais são os seus desejos, e quando os identificar, diga a seu parceiro como ele/ela pode lhe ajudar.
Reconheça as diferenças psicológicas e emocionais entre homens e mulheres, e aprenda sobre elas.
Os amigos são muito importantes, e conversar, desabafar e encontrar atividades que possam trazer alegria irão fortalecer nossos vínculos ao sabermos que não estamos sozinhos.
O diálogo se estende à equipe médica que está cuidando do casal. Procurar respostas em fóruns escrito por leigos pode confundir ainda mais nossa noção do que é certo e errado. Converse sobre suas expectativas e ouça a opinião de um especialista, alguém que tenha experiência e se baseie em ciência.
Compartilhe suas experiências durante o tratamento, as alegrias, as tristezas e os diferentes pontos de vista. Isso certamente irá ajudar a equilibrar as tensões e a aproximar o casal, que irá nutrir profundo respeito um pelo outro.