Muitos casais encontram dificuldade para engravidar. De acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2013, 10% dos casais brasileiros são inférteis, índice maior do que em outros países. Há uma série de fatores que podem influenciar nesse quadro, sendo a idade da mulher um dos mais importantes.
A plenitude da fertilidade feminina ocorre entre os 20 e 30 anos. Como o número de óvulos (reserva ovariana) é finito e reduz a cada ciclo menstrual, essa quantidade pode sofrer uma considerável queda já a partir dos 32 anos, sendo mais notável a partir dos 37 anos.
Especialistas afirmam que aos 35 anos a fertilidade da mulher é metade do que era aos 25. Aos 40, cai à metade do que era aos 35 – sem contar que os óvulos também envelhecem e perdem qualidade à fecundação. O mesmo também ocorre com os homens, mas só por volta de 50 anos.
Se a mulher deseja engravidar depois dos 35, ou mesmo se apresenta fatores de risco para infertilidade, pode procurar um tratamento para engravidar e fazer um planejamento. Infecções genitais e outras doenças que afetam o sistema reprodutivo, como síndrome dos ovários policísticos, endometriose e adenomiose podem prejudicar a fertilidade. Outros fatores incluem tabagismo, alcoolismo e obesidade.
Manter uma dieta regrada, saudável, com a prática regular de exercícios físicos é importante, assim como evitar tabagismo, álcool e drogas.
Fatores genéticos, doenças imunológicas e autoimunes, doenças sexualmente transmissíveis (DST), como gonorreia e clamídia, ou mesmo inflamações no útero, estresse e irregularidades hormonais, também podem causar infertilidade. O uso de pílulas anticoncepcionais, por sua vez, não prejudica a fertilidade e, por outro lado, pode até reduzir o risco de DST causarem inflamações nas tubas uterinas e comprometê-las no futuro.
Exames
Há alguns exames que podem ajudar a diagnosticar a origem do problema.
Exames de imagem que exibem o formato do útero e das tubas, como a histerossalpingografia, além de indicar se elas estão abertas à passagem de óvulos e espermatozoides. Uma ultrassonografia da pelve (útero e ovários) ou ressonância magnética pélvica serão importantes para a avaliação de miomas, endometriose ou outros fatores anatômicos que podem influenciar na fertilidade.
Exames sanguíneos, por sua vez, conseguem medir a concentração de FSH (hormônio folículo estimulante) e AMH (hormônio antimülleriano), que indicam a reserva ovariana, assim como a contagem de folículos antrais (que contém os óvulos), feito através de ultrassom transvaginal.
Quando é diagnosticada a infertilidade, os casais podem recorrer a alguns tratamentos, como a inseminação intrauterina, que induz e controla a ovulação, além de injetar espermatozoides direto no útero. Outra opção é a fertilização in vitro, que insere no útero os embriões fecundados em laboratório. A decisão entre os tratamentos deve ser baseada em diversos fatores, como idade da mulher, reserva ovariana, tratamentos prévios, doenças associadas, entre outros.
Um opção para mulheres com idade reprodutiva avançada ou baixa reserva ovariana é a Fertilização in vitro com óvulos doados. No Brasil, a lei estipula que a doação de óvulos deve ser anônima, e a mãe considerada é a mulher que carrega o bebê no ventre, não a que doou o óvulo.
Há também o congelamento de óvulo, para preservar sua qualidade e juventude e ser utilizado posteriormente, tanto em pacientes oncológicas como saudáveis.
O acompanhamento médico adequado pode suprir a vontade de uma mulher com idade mais avançada de ter um filho. Para isso, portanto, é necessário planejamento e cuidado.
Tomar ácido fólico meses antes da gravidez, por exemplo, reduz o risco de malformação do tubo neural (anencefalia, espinha bífida). Diminuir um pouco o ritmo de trabalho e o estresse é outro fator fundamental para uma gravidez tranquila e saudável.