Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Seu relógio biológico já começou a avisar que está na hora de engravidar? No caso das mulheres, é preciso ficar bem atenta a esse chamado, já que a idade começa a reduzir a chance de ter filhos e acaba sendo o fator mais importante na hora de discutir infertilidade.
Já os homens, podem ficar mais tranquilos porque a idade só se torna um fator relevante principalmente após os 50 anos, não coincidindo normalmente com o momento em que eles desejam ter filhos. Mas vale lembrar que alguns estudos recentes mostram que já a partir dos 40 anos, alguns homens começam a ter um declínio na fertilidade.
Quer entender melhor como o relógio biológico afeta a fertilidade do casal e por que as mulheres são mais afetadas pela idade do que o homem? Confira tudo aqui no nosso post!
Quando ainda estão dentro do útero da mãe, as mulheres produzem todos os óvulos que usarão durante a vida — aproximadamente 7 milhões. Apesar dessa produção parecer excessiva, considerando que apenas um óvulo costuma ser liberado a cada ciclo menstrual, no momento do nascimento esse número já se reduziu para 1 a 2 milhões. Essas células sofrem um processo de degeneração natural e vão morrendo com o passar do tempo, numa taxa de cerca de mil óvulos por mês!
Ao chegar à puberdade, por exemplo, a mulher possui cerca de 400 mil óvulos e, na menopausa, algumas centenas apenas.
O relógio biológico da mulher dá as caras bem cedo e costuma atrapalhar os planos de quem se dedicou aos estudos e à carreira antes de engravidar, o que é cada vez mais frequente na sociedade moderna.
À medida que a mulher envelhece, a reserva ovariana (a quantidade de óvulos ainda presentes nos ovários) vai caindo. Diminui também a qualidade do óvulo que é liberado a cada mês, já que os óvulos mais velhos passam a carregar mais alterações genéticas quando são fecundados.
Assim, a partir dos 32 anos, a chance da mulher engravidar já começa a cair e os abortos se tornam mais frequentes. Entretanto, até os 37 anos, a gravidez ainda costuma ocorrer espontaneamente, embora possa demorar um pouco mais.
A partir dos 38 anos fica cada vez mais difícil a mulher engravidar sem a ajuda de técnicas de reprodução assistida.
O risco do bebê ter doenças cromossômicas, como a síndrome de Down, aumenta em até 20 vezes com a idade. Por exemplo: aos 30 anos, o risco de ter um bebê nascido com a síndrome é de cerca de 1/900; aos 40 anos, 1/100; aos 42 anos, 1/70 e, aos 44 anos, 1/40. Isso acontece porque a qualidade dos óvulos será menor e eles passam a apresentar alguns defeitos genéticos.
Doenças como a endometriose e a doença inflamatória pélvica (DIP) podem alterar a fisiologia e a anatomia da cavidade abdominal da mulher, aumentando a quantidade de substâncias inflamatórias e criando um ambiente prejudicial ao óvulo e embrião.
Assim, quando o óvulo é liberado pelo ovário dentro da cavidade intraperitoneal, antes de entrar na tuba, ele pode sofrer danos que irão prejudicar a fecundação. Como essas doenças ginecológicas tem um efeito cumulativo ao longo dos anos, à medida que a mulher envelhece, maior é a chance de elas influenciarem negativamente na fertilidade.
Não. Esse é o nosso grande desafio. Infelizmente, os tratamentos de fertilidade ainda não conseguiram estimular a produção de novos óvulos pela mulher. Assim, todas as técnicas que existem dependem da existência de um óvulo e um espermatozoide saudáveis para que a fecundação ocorra e a mulher tenha a chance de engravidar.
Se a mulher ainda tiver uma boa reserva ovariana, conseguimos estimular os ovários e promover a maturação de diversos óvulos ao mesmo tempo, ao invés de um único óvulo como ocorre naturalmente a cada ciclo menstrual. É o que fazemos na estimulação ovariana durante a FIV.
Os óvulos são então coletados e fecundados, o que permite a criação de vários embriões e aumenta a chance da mulher ter um bebê saudável.
Caso a mulher já tenha exaurido sua reserva ovariana ou não tenha óvulos saudáveis para a coleta da fertilização in vitro, é possível utilizar material doado por outras mulheres, conhecido como ovodoação ou doação de óvulos.
Quanto mais saudável for a mulher, maior a chance de ela manter sua fertilidade por mais alguns anos. Assim, embora não dê para parar o relógio completamente, é possível atrasá-lo um pouquinho. Aqui vão algumas dicas:
Agora, para as mulheres que já decidiram que vão tentar engravidar após os 40 anos e querem reduzir os riscos de problemas, é possível ainda preservar a fertilidade por meio do congelamento de óvulos.
Assim, quando a mulher ainda é jovem e os óvulos estão mais saudáveis, eles são congelados no tempo pela técnica de vitrificação. Anos mais tarde, eles podem ser descongelados e fecundados por um espermatozoide, com uma chance maior de sucesso do que se fossem utilizados os óvulos da mulher mais velha. Vale ressaltar que quanto mais jovem se faz o congelamento, melhores são as chances de sucesso.
Ao contrário da mulher, o homem não nasce com todos os espermatozoides já prontos e vai produzindo-os diariamente, à medida que outros são eliminados – 30 a 500 milhões a cada ejaculação.
Dessa forma, com a capacidade de produção contínua, os gametas masculinos se mantém saudáveis e prontos para a fecundação. A exceção acontece quando o homem apresenta algum outro problema que curse com infertilidade.
Apenas após os 40 ou 50 anos é que as alterações hormonais do envelhecimento começam a afetar a produção de espermatozoides. A qualidade e a quantidade desses gametas diminuem e aumenta um pouco o risco de algumas doenças, como autismo.
Entendeu como o relógio biológico influencia tanto a sua fertilidade quanto a do seu parceiro? Quer saber mais sobre Curta a nossa página do Facebook para não perder nossos posts ficar sempre por dentro das novidades.
Formada pela Faculdade de Medicina da UNICAMP, realizou Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Atenção Integral à Mulher (CAISM) da UNICAMP. Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela TEGO, concedido pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Atualmente, é pós-graduanda pela Faculdade de Medicina da UNICAMP e médica na Clínica VidaBemVinda.
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