Tão importantes quanto os aspectos físicos de qualquer doença são os aspectos emocionais, intensificados quando se trata de uma condição delicada, que afeta outros âmbitos da vida do paciente.
A endometriose é um desses casos. Não se trata de uma doença que apresenta níveis de malignidade e que pode ameaçar a vida da paciente – é uma condição na qual a mucosa do útero cresce fora da cavidade uterina. Porém, além de causar dor, mesmo sem menstruação e durante as relações sexuais, ela pode levar à infertilidade, uma grande preocupação para muitas mulheres.
Muitas pacientes nunca ouviram falar da endometriose até receberem o diagnóstico – e chegar a ele pode levar anos, causando desgaste físico e emocional.
É comum que, ao receber o diagnóstico sobre a endometriose, as pacientes busquem informações para esclarecer dúvidas. É a partir daí que os aspectos emocionais se manifestam com maior ênfase:
- Sentimento de frustração;
- Angústia;
- Raiva;
- Medo;
- Sentimento de incapacidade;
- Solidão.
A ansiedade e a falta de conhecimento diante do diagnóstico podem despertar sentimentos diversos que despontam juntos ou não, e muitas vezes, de forma desordenada. A falta de controle sobre eles pode levar a paciente a se desesperar sem motivo, demorar mais a encontrar soluções e estressar seu organismo.
Mesmo com o apoio do parceiro e de familiares, o sentimento de solidão é muito reportado pelas pacientes, que se sentem isoladas em uma questão que parece não ter solução.
Entendendo um pouco mais sobre como a endometriose pode afetar a fertilidade
Quando o endométrio se desenvolve fora do útero, pode comprometer outras estruturas como tubas, útero e a região pélvica, e como consequência causar dores, sangramentos, incômodos, e até o comprometimento da fertilidade.
É preciso analisar cada caso específico, para precisar o quanto e como a doença pode diminuir a fertilidade da mulher. Em algumas ocasiões será preciso realizar uma cirurgia, normalmente por videolaparoscopia, para solucionar o problema.
Quando o óvulo estiver impossibilitado de transitar pelas tubas e for bloqueado em seu caminho para o útero, a fertilização in vitro (FIV) é geralmente o melhor tratamento para a condição.
Muitas pacientes passam por algumas perdas gestacionais, sem nem saber que têm endometriose. Tratamentos e medicamentos acabam não cumprindo seu papel, e muitas vezes não se entende o motivo.
É claro que buscar informação correta, tratamento e conselhos de profissionais especializados são ótimas ferramentas para combater a doença. Porém, mais do que isso, é preciso também identificar no dia a dia os aspectos emocionais que estão interferindo na condição, e procurar combatê-los.
A saúde emocional é tão importante quanto a física. A mulher pode buscar uma forma de mudar sua própria relação com esses sentimentos.
Não há estudos científicos que comprovem que a raiva ou a tristeza pode levar uma pessoa a desenvolver determinada doença, mas é fato que a mente também interfere no funcionamento do organismo, e ambos têm que andar em harmonia.
Buscar melhor qualidade de vida é, muitas vezes, uma boa saída para os problemas que, com a doença, parecem muito maiores.
A mulher que busca combater a condição e engravidar com saúde deve se alimentar corretamente, dormir bem, praticar exercícios e buscar uma rotina tranquila e equilibrada.
É importante reconhecer limites para não se culpar pelo insucesso nas tentativas de engravidar – ansiedade, auto-exigência e intolerância não serão bons aliados.