O Que É Método ROPA e Como Funciona
O método ROPA é uma possibilidade da fertilização in vitro que permite que duas mulheres compartilhem a experiência biológica...
Entender como o corpo funciona é fundamental para buscar mais saúde e bem-estar, e quando se pensa em engravidar um dia, seja agora ou no futuro, o conhecimento é ainda mais importante. Você já ouviu falar no hormônio antimulleriano?
Embora ainda não seja muito conhecido fora do universo médico, esse hormônio é um marcador importante no âmbito da saúde reprodutiva feminina.
Leia este artigo para entender:
Também conhecido pela sigla AMH, o hormônio antimülleriano é uma substância produzida pelas células que revestem os folículos ovarianos.
Ele recebeu esse nome devido à sua capacidade de inibir o desenvolvimento dos canais de müller em embriões do sexo masculino (estruturas que, ao longo do esenvolvimento fetal, dão origem às trompas de falópio e ao útero), mas, no caso das mulheres, não exerce esse papel e se relaciona à função ovariana.
A produção do AMH começa ainda na fase embrionária da menina, dado que o hormônio está envolvido também na diferenciação dos órgãos reprodutores durante o desenvolvimento fetal.
Na vida de uma mulher adulta, o AMH é um fator fundamental a ser observado na avaliação da reserva ovariana: por meio da análise da dosagem desse hormônio, é possível ter uma ideia da quantidade de óvulos ainda disponíveis.
É importante se atentar à palavra quantidade porque nem sempre a quantidade e a qualidade dos óvulos andam juntas e entender essa diferenciação é fundamental para ter conhecimento sobre a saúde reprodutiva feminina.
Ainda assim, ter uma noção da quantidade de folículos ovarianos restantes na reserva é um primeiro passo fundamental para mulheres que desejam engravidar, seja agora ou no futuro.
Os níveis de hormônio antimulleriano variam naturalmente entre as mulheres e podem estar relacionados a uma série de fatores. Entendê-los é muito importante até mesmo para interpretar corretamente os resultados de um exame e tomar decisões mais assertivas em relação à própria fertilidade. Veja quais são os principais:
Quando falamos de fertilidade feminina e reserva ovariana, a idade é fator extremamente determinante. Isso porque a mulher já nasce com todos os ovários que terá ao longo da vida e esse estoque é limitado. Com o passar dos anos, a quantidade de folículos diminui gradativamente e, com isso, os níveis de AMH também caem.
Dessa forma, eles costumam ser mais altos durante a adolescência e a juventude e começam a reduzir a partir dos 30 anos. Durante a menopausa, tendem a se tornar indetectáveis.
Mulheres com SOP costumam apresentar níveis mais elevados de AMH, já que há um número maior de folículos nos ovários, ainda que muitos deles não cheguem a se desenvolver completamente.
É importante se atentar em casos como esses pois um exame de AMH isolado aqui pode indicar uma reserva ovariana maior que a real e que não representa de forma realista os níveis de fertilidade da paciente.
A endometriose é uma condição que pode comprometer a função ovariana. Em estágios mais avançados da doença, os níveis de hormônio antimülleriano podem ser reduzidos, indicando diminuição da reserva.
Tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos, especialmente quando direcionados à região pélvica, podem comprometer a reserva ovariana e, consequentemente, reduzir os níveis do AMH.
Alguns fatores genéticos podem predispor mulheres a uma diminuição precoce da reserva ovariana e, consequentemente, do AMH. Fatores relacionados ao estilo de vida, como o tabagismo, também podem contribuir com a queda desse hormônio.
A boa notícia é que o exame de dosagem do hormônio antimülleriano é um dos testes mais simples e acessíveis no âmbito da avaliação da fertilidade feminina e que, por sua relevância e confiabilidade como primeiro passo nessa jornada, tem sido cada vez mais solicitado por ginecologistas e especialistas em reprodução humana.
A dosagem de AMH é realizada por meio de uma simples coleta de sangue, sem necessidade de jejum ou de qualquer outro preparo especial.
A amostra pode ser colhida durante qualquer momento do ciclo menstrual e, então, analisada em laboratório para que se meça a concentração do hormônio no organismo.
O exame pode ser solicitado para pacientes que:
Aqui é importante lembrar que nenhum exame deve ser interpretado de forma isolada por uma pessoa leiga, e sim, sempre por um médico especialista que saberá interpretá-lo da forma correta e avaliá-lo em conjunto a outros exames e ao estado geral de saúde da paciente.
Tendo isso em mente, aqui está a tabela de antimülleriano com os valores médios utilizados pelos profissionais de saúde:
Valor | Interpretação |
Acima de 4,0 ng/mL | níveis elevados |
entre 1,5 e 4,0 ng/mL | níveis normais |
entre 0,5 e 1,5 ng/mL | níveis baixos |
abaixo de 0,5 ng/mL | níveis muito baixos |
Como foi dito nesse artigo, o AMH é apenas um primeiro passo na avaliação da fertilidade feminina. Fazer esse exame simples ajuda a entender com que nível de reserva ovariana uma paciente está lidando para que ela possa tomar, com base em dados, a decisão de quais devem ser os próximos passos em relação à preservação de sua fertilidade.
Caso o resultado seja uma dosagem alta, isso significa que pode haver mais tempo para tomar uma decisão – ou, ainda, que seja o momento ideal para congelar os óvulos com maior chance de êxito.
Um resultado baixo, no entanto, não significa necessariamente infertilidade. Em um primeiro momento, indica apenas uma reserva ovariana reduzida. Nesse caso, é fundamental procurar um especialista em reprodução humana para avaliar a saúde reprodutiva de forma mais ampla e planejar os próximos passos, sejam eles o congelamento de óvulos ou o início de um tratamento de reprodução assistida.
Tudo depende também, é claro, da realidade dessa mulher, de seu momento de vida e de seus desejos. Cada caso deve ser sempre avaliado de forma individual e atenta e a equipe da VidaBemVinda está de braços abertos para te acompanhar nessa jornada! Para entrar em contato conosco, basta acessar este link e preencher o formulário.
Por Dra. Angélica Danielle Santos Comiran
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