Como Melhorar a Qualidade do Esperma: 10 Maneiras Eficazes para Aumentar a Fertilidade Masculina
Saiba como melhorar a qualidade do esperma com dicas práticas. Adote hábitos saudáveis, aumente a fertilidade masculina e transforme...
Uma dúvida comum trazida pelos casais é se existe relação entre o tipo de sangue (A, B, AB e O, positivo ou negativo) e o processo reprodutivo. Para melhor responder essa pergunta, é preciso dividir a pergunta em partes.
A primeira delas diz respeito a compatibilidade do casal: ter o mesmo tipo de sangue é melhor ou pior?
Em relação a fertilidade, não existem evidências de que casais com tipos de sangue iguais ou diferentes entre si sejam mais ou menos férteis.
Já em relação a gestação, quando a mulher é negativa e o homem é positivo, existe a chance do bebê ser positivo. Esta situação, conhecida como incompatibilidade Rh, pode levar a anemia grave no feto, principalmente a partir da segunda gestação, e à icterícia neonatal (quando o bebê fica muito amarelo, quadro que pode comprometer seu desenvolvimento neurológico). Cabe lembrar que a situação oposta não traz problemas (mãe positiva com marido negativo) e que estes quadros graves felizmente podem ser prevenidos com o uso de uma injeção de anticorpos específicos que pode ser usada durante a gestação e se necessário, depois do parto ou de abortos. Além disso, quando se realiza tratamentos para infertilidade com espermatozoides ou óvulos doados, tendo portanto a oportunidade de escolha do tipo de sangue, deve-se tentar evitar a combinação citada acima.
A segunda parte da questão diz respeito ao impacto do tipo de sangue sobre a fertilidade, independente da compatibilidade do casal.
Existem alguns estudos que correlacionaram o tipo de sangue O com envelhecimento mais precoce do ovário (reserva ovariana diminuída) e o tipo de sangue A como um fator protetor contra esse envelhecimento ovariano. Essa característica estaria ligada a uma série se substâncias (enzimas e receptores) que são codificadas por genes que estão localizados próximos aos genes que codificam o tipo de sangue: essa proximidade poderia ser responsável por recombinações que interfeririam na fertilidade.
A terceira parte da questão se relaciona ao tipo de sangue e chance de o tratamento de reprodução assistida – em especial a fertilização in vitro – dar certo.
Existem alguns estudos retrospectivos que correlacionaram o tipo B com maior chance de o tratamento dar certo, mas as evidências para sustentar esse achado são muito fracas. Estudo recente que ainda está no prelo da renomada revista Fertility & Sterility, da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), não encontrou qualquer relação entre o tipo de sangue e a chance de o tratamento de fertilização in vitro resultar em um bebê nascido-vivo.
Em suma, a preocupação sobre o tipo de sangue deve ser apenas durante a gestação e para os casais cuja mulher é negativa e o marido positivo. Durante o período de tentativas de gravidez e tratamentos para infertilidade, isso se tornará uma questão a ser discutida apenas nos casos em que haverá uso de sêmen ou óvulos doados, a fim de direcionar a escolha.
Referências
Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente é médico e diretor da Clínica VidaBemVinda e do LabForLife.
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