Saiba Tudo Sobre a Ovodoação: Vantagens e Desafios da Doação de Óvulos
A doação de óvulos é uma solução para muitas mulheres que enfrentam dificuldades de engravidar. Entenda os prós, contras...
A laqueadura ainda é um procedimento bastante comum no Brasil e, para sanar todas as dúvidas sobre o assunto, reunimos perguntas e respostas sobre a cirurgia até a reversão. Conheça agora em nosso artigo!
É uma técnica de contracepção definitiva, que consiste na obstrução cirúrgica das tubas uterinas por meio de pontos cirúrgicos, clipes ou eletrocoagulação. Ela pode ser realizada logo após o parto (normal o cesárea), ou fora do período da gestação. Logo após o parto normal é possível realizar através de uma incisão umbilical; durante a cesárea é realizada após o nascimento do bebê e fechamento do útero; fora do período gestacional, pode ser realizado por laparotomia (cirurgia convencional), laparoscopia ou por via vaginal.
Não, nem todas podem ser revertidas. Se na laqueadura tubária for retirada uma porção considerável da tuba, principalmente as fímbrias (porção final da tuba, que realiza a “captura” do óvulo), não é possível realizar a junção das duas partes desconectadas. Não há evidências que o tempo entre a laqueadura e a reversão tenha impacto sobre o resultado. Mas a idade da mulher na época da reversão tem um papel importante sobre as taxas de sucesso dessa técnica. Portanto, se passar muito tempo da realização da laqueadura, o principal fator que pode interferir no resultado é a idade da mulher, e não o intervalo entre a laqueadura e sua reversão.
A reversão só pode ser realizada quando a porção final da tuba uterina não foi retirada ou quando a tuba uterina não se encontra muito doente e dilatada. Para uma boa taxa de sucesso é importante que as fímbrias, a porção da tuba que capta o óvulo, esteja em bom estado. Na cirurgia é retirada a cicatriz das tubas onde foi realizada a laqueadura, para que a junção dos dois lados tenha uma boa irrigação sanguínea. Antes de realizar a sutura, ou seja, dar os pontos unindo os dois lados, é injetada uma solução de soro e um corante azul através do útero para testar ser a tuba uterina está pérvia. Após o teste positivo, são realizados 3 ou 4 pontos com fio extremamente fino e delicado, para aproximar as bordas das tubas. Por fim, após o procedimento ser repetido do outro lado, testa-se novamente a permeabilidade das tubas. Trata-se de um procedimento microcirúrgico, pois a tuba uterina saudável tem em média 3 a 5 mm de diâmetro.
Reanastomose tubária ou recanalização tubária.
Em média 2 horas, dependendo das condições das tubas uterinas. É considerada uma cirurgia pouco invasiva, pois em sua maioria hoje em dia é realizada por via laparoscópica, mas de alta complexidade, devido a destreza cirúrgica que é necessária. A recuperação da paciente de forma geral é rápida, assim como a dor pós-operatória costuma ser mínima. O procedimento pode ser feito também por cirurgia robótica.
Mesmo quando a cirurgia é satisfatória, observa-se uma chance menor de gravidez em relação a um casal fértil. Essa chance varia conforme a idade da mulher e a qualidade do sêmen do parceiro. Mas de forma geral, a taxa de gravidez reduz em até 15 a 20%. Ainda assim, a taxa de sucesso é alta: cerca de 60-80% para mulheres com menos de 35 anos.
O principal fator é a idade da mulher. Sabemos que independentemente de outros fatores, a fertilidade da mulher diminui gradativamente com o passar dos anos, principalmente a partir dos 35 anos. Além disso, a qualidade da tuba uterina no momento de realizar a cirurgia também é outro fator. Tubas uterinas doentes, dilatadas ou com aderências (cicatrizes), têm pior prognóstico.
É preciso avaliar o casal antes de propor a reversão da laqueadura, pois mesmo realizando a cirurgia, pode haver outros fatores de infertilidade envolvidos, como por exemplo a baixa contagem de espermatozoides no sêmen do homem. Em alguns casos, as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro, podem ser a melhor opção ao casal.
Após o período de aproximadamente 6 semanas após a cirurgia, a mulher já pode ter a fertilidade recuperada. Nesse período de recuperação e cicatrização não recomendamos que a paciente tente engravidar. A maioria das pacientes que realizam a reversão de laqueadura engravidam em um período de 6 a 12 meses.
São os mesmos que uma cirurgia de médio porte demanda. Uma avaliação clínica adequada é fundamental para garantir a segurança da paciente.
Antes da cirurgia é fundamental avaliar outros possíveis fatores de infertilidade que possam comprometer a fertilidade do casal. Mesmo sabendo que a paciente não era infértil antes da laqueadura, muitas coisas podem mudar no período de alguns anos. Portanto, é necessário avaliar a reserva ovariana da paciente por meio de exames hormonais e ultrassonografia, além de avaliar a qualidade do sêmen do marido através do espermograma. A histerossalpingografia pode ajudar a prever possíveis dificuldades na cirurgia, mas não é fundamental no pré-operatório.
A anestesia utilizada para a reversão de laqueadura por via laparoscópica é a anestesia geral. A laparoscopia é hoje a técnica de escolha para a realização desse procedimento. Para outras técnicas, como a reversão de laqueadura por via convencional (laparotomia), a raquidiana é uma alternativa à anestesia geral.
A recuperação pós-operatória é de cerca de 24h para a alta hospitalar, e de aproximadamente 7 dias para retorno para praticamente todas as atividades. Muitas pacientes sentem-se bem para voltar a sua rotina antes dos 7 dias. Após 30 a 45 dias da cirurgia, recomendamos realizar uma nova histerossalpingografia para avaliar a permeabilidade das tubas uterinas, e após esse período o casal pode tentar engravidar.
A internação hospitalar pode ser no mesmo dia da cirurgia, pois de modo geral não é preciso um preparo específico. Após a cirurgia o tempo médio de internação é de 24h, podendo variar conforme a recuperação da paciente.
Abstinência sexual de aproximadamente 30 dias, para que a tuba uterina cicatrize de forma adequada e para minimizar o risco de uma infecção genital durante esse período. Outros cuidados, como cuidados com a cicatriz e evitar atividades esportivas nas primeiras semanas também são importantes.
Deve-se evitar atividades físicas e esportivas de forte intensidade, como musculação por exemplo, para minimizar o risco de formação de hérnias abdominais durante o período de cicatrização. A atividade sexual com penetração vaginal deve ser evitado por aproximadamente 30 dias.
Não há necessidade do uso de medicamentos no pré-operatório. No pós-operatório apenas os medicamentos analgésicos para controle da dor são necessários. Não há necessidade do uso de antibiótico domiciliar, a não ser nos casos em que seja detectado algum infecção pélvica durante a cirurgia.
Sim, sabemos que o risco de gestação ectópica em pacientes submetidas a reversão de laqueadura são discretamente superiores quando comparados à população geral. Devemos lembrar apesar da cirurgia promover a junção das tubas uterinas, não é garantido que o seu funcionamento volte ao normal. Eventualmente o embrião pode não ser transportado até o útero e se implantar em locais anômalos, como na própria tuba uterina. O risco de gestação ectópica no pós-operatório varia de 8 a 20% aproximadamente, dependendo de alguns fatores, como comprimento final da tuba uterina e a porção da tuba uterina onde foi realizada a reversão.
O sucesso da cirurgia é primeiramente avaliado com a realização de uma histerossalpingografia após o período de pelo menos 30 dias, mostrando a permeabilidade das tubas uterinas. O sucesso maior porém é a presença de gestação espontânea no período de 6 a 12 meses.
Alguns hospitais do SUS realizam esse tipo de cirurgia, principalmente os maiores hospitais e os mais especializados. Quanto aos convênios, é preciso pesquisar e verificar se algum dos médicos cadastrados e os hospitais estão aptos a realizar a cirurgia.
Por se tratar de um procedimento cirúrgico altamente especializado, é necessário ter uma equipe cirúrgica treinada para realizar esse tipo de cirurgia. Além disso, é importante também a disponibilidade de materiais cirúrgicos específicos. Portanto, nem todo centro médico está apto a oferecer essa cirurgia, somente aqueles com infraestrutura e equipe médica especializada.
A reversão de laqueadura é contraindicada nos casos em que a mulher tenha alguma doença grave que contraindique a cirurgia ou mesmo a gestação, nos casos em que a mulher tenha muitas cesáreas anteriores (pelo risco de rotura uterina – contraindicação relativa), e nos casos em que a fertilidade do casal não tenha prognóstico de ser restabelecido com a cirurgia, como nos casos de alterações graves do sêmen.
Nos casos em que a reversão da laqueadura seja contraindicada, o casal pode recorrer à Fertilização In Vitro. Nessa técnica de reprodução assistida, os óvulos são captados diretamente dos ovários e a fertilização é realizada em laboratório. Dessa forma a obstrução tubária pela laqueadura não terá interferência no resultado do tratamento.
A principal questão relacionada ao tempo em que a laqueadura foi realizada é em relação à idade da mulher. Se foi realizada há muito tempo, a mulher estará com uma idade mais avançada e portanto sua chance de gravidez já será reduzida, não pelo tempo de laqueadura, mas sim pela sua idade. Os estudos de modo geral não comparam o tempo entre a laqueadura e a reversão para avaliar o resultado.
O valor da cirurgia varia conforme a equipe médica, assim como o custo hospitalar. Muitos planos de saúde fornecem reembolso dos honorários médicos.
As possíveis complicações são as complicações associadas ao procedimento cirúrgico, como sangramento, infecção e até mesmo a impossibilidade de reverter a laqueadura.
Não há como ter uma avaliação real das condições das tubas uterinas até o momento da cirurgia, quando podemos vê-las e avaliar o prognóstico da reversão.
Ginecologistas especializados em cirurgias minimamente invasivas, seja por vídeolaparoscopia ou por minilaparotomias, e com treinamento para realizar reversão de laqueadura.
Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente é médico e diretor da Clínica VidaBemVinda e do LabForLife.
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