Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Diferentemente de cinquenta anos atrás, a preocupação da mulher deixou de ser unicamente casar-se e ter filhos. Claro que isso não quer dizer que a mulher atual não quer ter uma família, mas, para isso, ela deseja e vê como prioridade a estabilidade financeira e o crescimento profissional. Um dos principais contribuidores para tal realidade são os métodos contraceptivos e o que mais se destaca é a pílula anticoncepcional.
Criada em 1960, a pílula possibilitou e, ainda possibilita, que a mulher tenha controle de seu próprio corpo. E em uma época em que o feminismo está em debate pelo País, esse é um importante ponto a considerar. Mesmo que seja utilizado por cerca de 100 milhões de mulheres pelo mundo, a pílula anticoncepcional é fonte de dúvidas entre mulheres, principalmente quando fala-se sobre fertilidade.
Com o intuito de evitar que a mulher entre no período fértil, a pílula inibe a ovulação e evita que o útero tenha condições para o desenvolvimento do feto. Para isso, torna o muco do colo do útero mais espesso e diminui a entrada dos espermatozoides, além de deixar o endométrio (camada que reveste o útero internamente) inóspito ao embrião.
A escolha de qual marca de remédio tomar é única e exclusivamente do médico ginecologista. A pílula é composta por dois tipos de hormônios (um progestagênio e um estrogênio) e pode ser indicada para a melhora da acne, da Tensão Pré-Menstrual (TPM), de cólicas fortes, prevenção câncer de ovário, endométrio e endometriose, entre outros.
Bem como todos os remédios, a pílula possui efeitos colaterais, entre os principais estão o inchaço, aumento de peso, náuseas, enjoo, retenção de líquido, perda da libido e queda do rendimento físico.
Há situações em que o anticoncepcional hormonal oral é contraindicado, como nas pacientes com risco de tromboembolismo, enxaqueca com aura, doenças hepáticas graves e fumantes com mais de 35 anos, pois os riscos de infarto do miocárdio e acidente de vascular cerebral (AVC) são elevados.
Quando falamos sobre a utilização da pílula como método contraceptivo, uma dúvida recorrente é se o uso contínuo faz a mulher perder o potencial de engravidar. Contudo, independentemente do tempo de tratamento, ao parar a pílula, a mulher normalmente já se encontra apta para a concepção novamente.
Segundo um estudo publicado na revista Human Reprodution, o uso contínuo de pílulas anticoncepcionais não diminui as chances de engravidar, em comparação às mulheres que não usam.
Esse pensamento vem da tentativa de casais em engravidar após a descontinuação do remédio, mas que não conseguem engravidar e, dessa forma, entendem que o uso contínuo de pílula é o principal motivo do insucesso. Contudo, fatores de infertilidade masculina e feminina, causadas por outras doenças são os reais motivos e, é por isso, que é preciso ouvir um especialista antes de tirar conclusões antecipadas.
A pílula anticoncepcional é considerada uma revolução dentro da medicina feminina. Ela possibilitou a muitas mulheres o poder de escolha, bem como o tratamento de doenças e a melhora de dores e cólicas ocasionadas pela menstruação, um assunto sempre tido como tabu à sociedade e muitas mulheres. Assim como todos os medicamentos, seu uso deve ser feito após a avaliação médica baseada no histórico médico e ginecológico.
E vale sempre lembrar que o que pode funcionar para sua amiga, pode não ser verdade para você. Existem mulheres adaptadas à pílula, outras não.
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Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente é médico e diretor da Clínica VidaBemVinda e do LabForLife.
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