12 verdades e mitos sobre infertilidade feminina para esclarecer já!

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As causas de infertilidade feminina podem ser difíceis de serem determinadas. O principal sintoma é a incapacidade ou a dificuldade de engravidar, e, muitas vezes, não existem outros sintomas relacionados.

Os tratamentos que visam combater a infertilidade incluem indução da ovulação e orientação quanto aos melhores dias para ter relação (coito programado), inseminação artificial, fertilização in vitro e cirurgias, como a histeroscopia e laparoscopia.

No post de hoje, você vai conhecer 12 verdades e mitos sobre infertilidade feminina!

“Mulheres com ovários policísticos nunca engravidam”

Mito. Os ovários policísticos podem prejudicar a fertilidade, por estar relacionado a problemas hormonais que interferem na ovulação. No entanto, vale lembrar que o simples fato de ter um ultrassom com imagens sugestivas de ovários policísticos, não significa que a mulher tem a síndrome dos ovários policísticos (SOP), o que pode ser uma causa ovulatória de infertilidade. Mesmo assim, a mulher com SOP que deseja engravidar pode ser tratada de várias formas, incluindo “drilling” ovariano, relação sexual programada, inseminação artificial e FIV. E não podemos esquecer da enorme importância dos bons hábitos de vida, como alimentação saudável e atividade física, para manter um peso adequado e evitar a resistência à insulina.

 “Abortos frequentes podem mostrar algum problema no útero”

Verdade. A mulher que já sofreu abortos de recorrência pode ter alguma malformação uterina, como septos, ou ainda alterações inflamatórias/infecciosas como endometrite crônica, além de pólipos endometriais, miomas submucosos, disfunções imunológicas e trombofilias. Uma boa investigação com exames adequados como histeroscopia diagnóstica, ressonância magnética, ultrassonografia 3D, histerossonografia e exames de sangue podem levar ao diagnóstico correto.

“A idade é o principal fator de impacto na fertilidade”

Verdade. Quanto mais jovem a mulher for, mais fácil será para engravidar. Isso acontece porque ao longo da vida, a mulher perde continuamente os óvulos, além de que eles também envelhecem e perdem eficiência com o tempo. Para você ter uma ideia: ao nascimento, a menina tem cerca de 1 a 2 milhões de óvulos nos ovários, caindo para cerca de 300-500 mil óvulos na primeira menstruação e menos de 1000 na menopausa.

“Ter endometriose impede a gravidez”

Mito. Por muito tempo, a endometriose era um impedimento às mulheres que tentavam engravidar. No entanto, hoje já existem tratamentos específicos — hormonais e cirúrgicos — para fazer com que as mulheres que possuem endometriose engravidem com eficiência e segurança.

“A culpa da infertilidade é da mulher”

Mito. Acreditar que a dificuldade de engravidar é somente da mulher é um erro extremamente grave, geralmente cometido por ignorância. Os homens também têm problemas de infertilidade, sendo que as taxas de infertilidade por causas femininas e masculinas são semelhantes, cada uma com cerca de 40%, e o restante são casos em que ambos têm algum fator que dificulta a gravidez.

“A maioria dos tratamentos para engravidar aumenta risco de gêmeos”

Verdade. No geral, a inseminação artificial tem um risco de gestação gemelar em torno de 10%, e a FIV, cerca de 20%. Isso ocorre pois, na inseminação artificial, se a paciente tiver dois ou três folículos crescendo, ela pode ovular desses, aumentando o número de óvulos expostos à possibilidade de fecundação pelos espermatozoides. Na FIV, conseguimos controlar o número de embriões que são transferidos ao útero, sendo possível reduzir o risco de gêmeos a menos de 1% quando transferimos um embrião ao útero.

“Útero retrovertido dificulta a gravidez”

Mito. O útero retrovertido (conhecido comumente como “invertido”) é uma condição natural, e não uma anormalidade. Estima-se que cerca de 15% das mulheres tenham o útero assim. A questão é que a posição do útero não implica infertilidade pois os espermatozoides chegam normalmente às tubas para fertilizarem os óvulos. E isso também não atrapalha os tratamentos de reprodução humana.

“Usar pílula anticoncepcional por muito tempo provoca infertilidade”

Mito. A pílula anticoncepcional não interfere nas chances futuras de engravidar. Independentemente do tempo de tratamento, ao parar com o uso do medicamento, a mulher normalmente já se encontra apta para a concepção novamente. É importante frisar: a pílula não causa infertilidade, mas pode mascarar sintomas de outros problemas já existentes, como uma baixa reserva ovariana ou endometriose.

“É possível engravidar somente com um ovário e uma trompa”

Verdade. Problemas nas trompas ou nos ovários, ou até a retirada de um deles, podem prejudicam a fertilidade da mulher, mas não necessariamente impedem a gravidez espontânea. O necessário para a gravidez é ter, no mínimo, um ovário e uma trompa, e um útero em condições saudáveis.

“Quem malha demais tem dificuldade de engravidar”

Verdade. Exercícios extenuantes, corridas de longa distância e a adoção de uma dieta pobre em gordura, somados à alta carga de estresse físico e emocional, podem provocar amenorreia — a total ausência da menstruação. Além disso, esse conjunto de fatores também reduzem a produção de estrogênio.

“Alimentos afrodisíacos aumentam a fertilidade”

Mito. Libido não significa conseguir gerar um bebê. Determinados alimentos podem até aumentar o desejo pela relação sexual, porém não vão conseguir deixar o seu corpo mais fértil ou apto à fecundação.

“Mesmo com tratamentos, você pode não engravidar”

Verdade. Nem todos os diagnósticos em relação à infertilidade podem ser definidos. De modo geral, poucos casos não conseguem ter seus diagnósticos estabelecidos. Os tratamentos servem para ajudar ao máximo, mas, dependendo das condições específicas de cada paciente, podem nem sempre se mostrar completamente eficazes e demandam algumas tentativas para chegar ao sucesso reprodutivo.

E então, gostou dessas dicas? Agora que você conhece as verdade e os mitos sobre infertilidade feminina, aproveite também para ler mais sobre a preservação da fertilidade após os 40 anos!

Dr. Oscar Duarte

Por Dr. Oscar Duarte Filho

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente é médico e diretor da Clínica VidaBemVinda e do LabForLife.

23 de ago de 2016
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