Passar por um processo de fertilização in vitro é intenso, mas é muito comum que se tenha em mente que “tudo vai valer a pena quando o positivo chegar”. É preciso falar, no entanto, sobre às vezes em que esse positivo não chega ao final de um ciclo de tratamento.
Receber um resultado negativo após uma FIV é uma experiência sempre muito difícil para quem sonha em ter um filho. ApósDepois de tantas injeções, consultas, exames e expectativas, é natural sentir frustração, tristeza e até dúvida sobre o que deu errado.
Mas é importante saber: um ciclo sem sucesso não significa o fim do caminho. A taxa de sucesso da fertilização in vitro varia de acordo com vários fatores (como idade, qualidade dos óvulos e espermatozoides, receptividade do útero e até hábitos de vida) e compreender essas variáveis é fundamental para planejar os próximos passos com mais segurança.
Neste artigo, você vai entender quais podem ser os principais motivos pelos quais uma FIV não dá certo, o que pode ser feito para aumentar as chances em uma nova tentativa e como cuidar da saúde emocional durante esse processo. Boa leitura!
Entenda como funciona a FIV
Antes de compreender por que uma fertilização in vitro pode não ter o resultado esperado, é importante entender como o tratamento funciona e por que ele envolve tantas etapas delicadas.
A FIV é uma técnica de reprodução assistida que reproduz em laboratório as etapas da fecundação natural, oferecendo mais controle e maiores chances de sucesso, especialmente em casos de infertilidade ou dificuldade para engravidar.
Como funciona a Fertilização In Vitro
O processo da FIV acontece em cinco etapas principais:
- Estimulação ovariana: a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular os ovários a produzirem mais de um óvulo por ciclo;
- Coleta dos óvulos e do sêmen: quando os folículos estão prontos, é feita a punção para coletar os óvulos, enquanto o parceiro fornece a amostra de espermatozoides;
- Fertilização em laboratório: os gametas são unidos em ambiente controlado, e os embriões formados são acompanhados por alguns dias;
- Seleção e transferência do embrião: os embriões com melhor desenvolvimento são escolhidos para transferência ao útero;
- Teste de gravidez: cerca de 12 a 14 dias após a transferência, é feito o exame de sangue (beta-hCG) para verificar se houve implantação e início da gestação.
Cada uma dessas etapas precisa acontecer de forma equilibrada para que a gravidez aconteça. Pequenas variações como resposta hormonal diferente, qualidade dos óvulos, características do sêmen ou receptividade do endométrio podem influenciar diretamente o resultado.
Além disso, aspectos como idade da mulher, histórico clínico e até condições emocionais e de estilo de vida também têm impacto nas taxas de sucesso. Sendo assim, quando uma FIV não dá certo, o ideal é avaliar todo o processo com a equipe médica para identificar o que pode ser ajustado antes de uma nova tentativa.
Minha FIV não deu certo: conheça os principais motivos
Mesmo com todo o avanço da medicina reprodutiva, a fertilização in vitro ainda depende de diversos fatores biológicos e clínicos. Quando o resultado não é o esperado, entender o que pode ter influenciado o processo é essencial para ajustar o tratamento e aumentar as chances de sucesso em uma nova tentativa.
A seguir, conheça os principais motivos que podem interferir no sucesso da FIV.
Idade materna e qualidade dos óvulos
A idade da mulher é um dos fatores que mais impactam nas chances de gravidez. A partir dos 35 anos, ocorre uma queda natural na reserva ovariana e na qualidade dos óvulos, o que pode dificultar a fecundação e aumentar o risco de alterações genéticas nos embriões.
- Leia também: É possível melhorar a qualidade dos óvulos? Entenda
Mesmo assim, mulheres acima dessa faixa etária podem engravidar com FIV, mas o acompanhamento médico deve ser ainda mais individualizado, avaliando a possibilidade de ajustes no protocolo ou até o uso de óvulos doados.
Qualidade dos espermatozoides
Problemas de fertilidade também podem estar relacionados ao fator masculino. Alterações na concentração, motilidade ou morfologia dos espermatozoides reduzem as chances de fecundação e podem comprometer o desenvolvimento dos embriões.
Nesses casos, o tratamento do parceiro ou o uso de técnicas complementares, como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), pode melhorar os resultados.
Alterações genéticas nos embriões
Mesmo quando a fertilização ocorre, nem todos os embriões são geneticamente normais. Alterações cromossômicas (aneuploidias) podem impedir a implantação no útero ou causar abortos precoces.
Por isso, em muitos casos é indicado o PGT-A, teste genético pré-implantacional, exame que avalia os embriões antes da transferência, permitindo selecionar os mais saudáveis para aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida.
Problemas na receptividade do endométrio
O endométrio, camada interna do útero, precisa estar em condições ideais para que o embrião se implante. Se estiver muito fino, inflamado ou fora da “janela de implantação”, pode haver falha na fixação, mesmo com embriões de boa qualidade.
Exames como a histeroscopia, o teste ERA e a biópsia endometrial ajudam a identificar possíveis alterações e a ajustar o momento certo da transferência embrionária.
Fatores hormonais e imunológicos
O equilíbrio hormonal é essencial para que o corpo esteja preparado para a gestação. Disfunções da tireoide, resistência à insulina, endometriose ou síndrome dos ovários policísticos (SOP) podem interferir na receptividade uterina e no desenvolvimento embrionário.
- Leia também: Tireoide e infertilidade: entenda essa relação
Além disso, alterações imunológicas podem fazer com que o organismo da mulher reaja de forma inadequada ao embrião, dificultando a implantação. Com exames e acompanhamento especializado, é possível identificar e tratar essas condições.
Estilo de vida
Hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação desequilibrada, sedentarismo e falta de sono afetam a qualidade dos gametas e o equilíbrio hormonal.
O estresse crônico também pode impactar negativamente o sistema reprodutivo e a resposta ao tratamento. Por isso, cuidar do corpo e da mente é uma parte essencial do processo, tanto quanto os aspectos médicos.
Minha FIV não deu certo e agora: o que fazer após um tratamento sem sucesso
Quando a FIV não traz o sonhado resultado positivo, é normal surgir um misto de frustração e incerteza. Porém, este é também o momento de olhar para o tratamento de forma analítica para entender o que aconteceu, avaliar o que pode ser ajustado e planejar os próximos passos com mais clareza.
Com o acompanhamento médico adequado, é possível transformar um ciclo sem sucesso em uma oportunidade de aprendizado, reunindo informações valiosas que ajudam a aumentar as chances em uma nova tentativa.
Converse com sua equipe médica
O primeiro passo é revisar o tratamento com o especialista que acompanhou seu caso. O médico analisará detalhes como a resposta à estimulação ovariana, a qualidade dos óvulos e espermatozoides, a fertilização e o desenvolvimento dos embriões.
Com base nessas informações, podem ser propostos ajustes no protocolo, novos exames ou mudanças na estratégia, tudo para que o próximo ciclo seja ainda mais personalizado e eficaz.
O médico pode alterar as dosagens hormonais, o tempo de estimulação, o tipo de medicação ou até indicar a transferência de embriões congelados, dependendo do caso.
Em algumas situações, também pode ser importante tratar condições pré-existentes, como endometriose, trombofilias ou disfunções hormonais, antes de uma nova tentativa.
Realize exames complementares e tente novas estratégias
Em alguns casos, a equipe médica pode solicitar exames complementares para investigar causas que não foram identificadas anteriormente. Entre os mais comuns estão:
- teste genético dos embriões (PGT-A), que identifica alterações cromossômicas;
- exames hormonais e imunológicos, para detectar desequilíbrios que afetam a implantação;
- histeroscopia diagnóstica, para avaliar a cavidade uterina;
- teste de receptividade endometrial (ERA), que indica o momento ideal da transferência.
Essas avaliações permitem ajustar o tratamento com base nas necessidades específicas de cada paciente, aumentando as chances de uma gestação bem-sucedida. Também é importante realizar exames que avaliam a qualidade dos óvulos da paciente. Com o avançar da idade feminina, não é apenas a quantidade de óvulos que é prejudicada, mas a qualidade também. Por isso, em alguns casos, pode ser recomendado partir para um processo com ovodoação
Lembre-se: reavaliar cada etapa da FIV faz parte do caminho para o sucesso. Quando há acompanhamento próximo e estratégias ajustadas, as chances de uma gestação aumentam consideravelmente e o que antes foi uma frustração pode se transformar em uma conquista muito esperada.
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