Malformações Uterinas: O Que São e Como Podem Afetar a Fertilidade

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Para muitas mulheres, o sonho da maternidade é planejado nos mínimos detalhes. No entanto, durante a jornada para engravidar, algumas podem se deparar com diagnósticos inesperados que geram dúvidas e insegurança. Um desses diagnósticos são as malformações uterinas.

O útero é o “primeiro lar” do bebê, e sua anatomia desempenha um papel crucial tanto na concepção quanto na sustentação da gravidez. Quando existem alterações nesse formato, é natural surgir o medo de não conseguir engravidar. Mas já adiantamos: o diagnóstico não é uma sentença final.

Neste artigo, vamos explicar o que são essas condições, como elas impactam a saúde reprodutiva e quais caminhos a medicina oferece hoje.

Confira o que você vai encontrar por aqui:

  • O que são malformações uterinas e por que ocorrem?;
  • Tipos comuns: quais são as principais malformações uterinas?;
  • Quem tem malformações uterinas pode engravidar?;
  • Causas das malformações uterinas;
  • Diagnóstico das malformações uterinas e sintomas possíveis;
  • Tratamento para malformações uterinas.

O que são malformações uterinas e por que ocorrem?

As malformações uterinas, também conhecidas cientificamente como anomalias ou malformações Müllerianas, são alterações na anatomia do útero que ocorrem ainda durante a formação do feto, ou seja, a mulher já nasce com elas (são congênitas).

Durante o desenvolvimento embrionário, dois canais chamados “Ductos de Müller” devem se fundir para formar o útero, as trompas e a parte superior da vagina. Quando essa fusão não acontece perfeitamente ou quando um dos dutos não se desenvolve como deveria, o formato do órgão é alterado.

Muitas mulheres passam a vida toda sem saber que possuem essa condição, descobrindo apenas ao realizar exames de rotina ou, como acontece com frequência, ao investigar dificuldades para engravidar.

Tipos comuns: quais são as principais malformações uterinas?

Existem diferentes tipos de anomalias, e cada uma afeta o corpo e a fertilidade de maneiras distintas. Para facilitar o entendimento, listamos abaixo as principais malformações uterinas encontradas nos consultórios:

  • Útero Septado: é o tipo mais comum. Ocorre quando há uma parede (septo) dividindo a cavidade uterina ao meio, total ou parcialmente;
  • Útero Bicorno: o útero possui uma fenda na parte superior, ficando com um formato que lembra um coração (dois “chifres”);
  • Útero Didelfo: é uma condição mais rara onde a mulher possui, basicamente, dois úteros (duas cavidades separadas), podendo ter também dois colos do útero e, em alguns casos, duas vaginas;
  • Útero Unicorno: apenas um dos lados dos dutos de Müller se desenvolveu. O útero tem metade do tamanho normal e apenas uma trompa ligada a ele;
  • Útero Arqueado: apresenta uma leve curvatura na parte superior da cavidade interna. É considerado por muitos especialistas como uma variação leve da normalidade, muitas vezes sem impacto severo na fertilidade.

Quem tem malformações uterinas pode engravidar? Entenda a relação com a fertilidade feminina

Essa é a pergunta que mais aflige as tentantes. A resposta curta é: sim, é possível engravidar. Ter uma malformação uterina não significa esterilidade. Muitas mulheres com essas condições engravidam naturalmente e têm bebês saudáveis.

No entanto, dependendo do tipo de alteração anatômica, a mulher pode enfrentar maiores desafios reprodutivos. O formato irregular do útero pode dificultar a implantação do embrião ou restringir o espaço para o crescimento do bebê.

Os principais desafios associados incluem:

  • dificuldade de implantação do embrião;
  • maior risco de parto prematuro;
  • apresentação pélvica do bebê (quando o bebê fica sentado) na hora do parto;
  • maior incidência de abortos espontâneos, especialmente no útero septado.

Por isso, ao identificar a dificuldade de concepção, é essencial investigar a anatomia do órgão. Saber como diagnosticar a infertilidade na mulher passa, necessariamente, por exames de imagem detalhados que podem realizar esse diagnóstico. 

Causas das malformações uterinas

Diferente de condições adquiridas ao longo da vida, como miomas ou pólipos, as malformações Müllerianas têm origem embriológica.

  • fatores genéticos: alterações nos cromossomos durante a formação do feto;
  • fatores ambientais: exposição a certos medicamentos, radiação ou infecções intrauterinas durante a gestação da mãe da paciente;
  • desenvolvimento espontâneo: geralmente, não há uma causa externa específica identificável; é simplesmente uma variação no desenvolvimento dos órgãos reprodutores.

É fundamental tirar o peso da culpa. A mulher não fez nada “errado” para ter essa condição, pois é uma característica com a qual ela nasceu.

Diagnóstico das malformações uterinas

O diagnóstico preciso é o primeiro passo para elaborar uma estratégia de gravidez segura. Muitas vezes, o ultrassom convencional pode deixar dúvidas, por isso, médicos especialistas costumam solicitar exames complementares.

Os principais métodos para visualização incluem:

  • ultrassom 3D: permite uma visão espacial do útero, sendo excelente para diferenciar útero septado de bicorno;
  • ressonância magnética pélvica: oferece imagens de alta resolução dos tecidos moles;
  • histerossalpingografia: um exame de raio-x com contraste que desenha a cavidade uterina e as trompas;
  • histeroscopia: uma câmera fina é introduzida pelo colo do útero, permitindo ao médico visualizar a cavidade interna diretamente. Faz parte da lista de exames para investigação da infertilidade feminina.

Quem tem malformações uterinas pode ter sintomas?

Na grande maioria das vezes, as malformações uterinas são assintomáticas. A mulher tem ciclos menstruais normais e vida sexual sem dor.

Contudo, em alguns casos, podem surgir sinais de alerta, como:

  • cólicas menstruais muito intensas (dismenorreia);
  • dor durante a relação sexual;
  • ausência de menstruação (no caso de obstruções);
  • histórico de perdas gestacionais de repetição.

Vale lembrar que a anatomia uterina é complexa. Algumas mulheres podem confundir malformações com outras condições posicionais, como o útero retrovertido, mas são situações distintas com implicações clínicas diferentes.

Tratamento para malformações uterinas

A boa notícia é que nem toda malformação precisa de tratamento cirúrgico. A intervenção é indicada principalmente quando há histórico de abortamentos de repetição ou falhas de implantação.

O útero septado, por exemplo, é o que apresenta os melhores resultados pós-tratamento. Por meio da histeroscopia cirúrgica, é possível remover o septo de forma minimamente invasiva, ampliando a cavidade uterina e aumentando significativamente as chances de uma gestação a termo.

Para outros tipos, como o útero bicorno ou unicorno, a cirurgia de reconstrução é mais complexa e raramente indicada. Nesses casos, o manejo costuma ser o acompanhamento obstétrico de alto risco para prevenir a prematuridade.

Mesmo com os desafios anatômicos e possíveis complicações, o sonho da maternidade pode, sim, acontecer. Se a gravidez natural não ocorrer ou se houver riscos elevados, lembre-se de que a medicina reprodutiva oferece caminhos alternativos e seguros.

Nós, da VidaBemVinda, estamos prontos para acolher sua história e encontrar a melhor solução para o seu caso, seja por meio de tratamentos cirúrgicos ou técnicas de reprodução assistida.

Quer entender melhor quais caminhos você pode seguir? Clique aqui e conheça algumas estratégias para ficar grávida com o apoio da medicina reprodutiva.

Equipe

Por Equipe Vida Bem Vinda

23 de dez de 2025
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