Como Funciona o Relógio Biológico da Mulher?

Compartilhe este post

Progressos no ambiente de trabalho, conquistas na carreira, mais reconhecimento e voz ativa na sociedade: os direitos das mulheres finalmente começam a ser alcançados, abrindo espaços antes ocupados apenas pelos homens. Porém, as regras da natureza permanecem as mesmas…

Pela dinâmica das relações modernas, tornou-se cada vez mais comum as mulheres percorrerem um longo caminho antes de considerarem a maternidade: conseguir um bom emprego, consolidar a carreira, encontrar o parceiro ideal, viajar… Mas a demora pode ser arriscada e limitar as chances de conseguir engravidar.

O relógio biológico da mulher segue uma ordem inexorável. Ao nascimento, a quantidade de óvulos nos ovários é cerca de 1 a 2 milhões. Esse número cai para cerca de 300 a 500 mil na época da primeira menstruação e menos de mil na menopausa.

Além da queda de quantidade, os óvulos também perdem a sua qualidade com o passar dos anos, portanto, quem sonha em ser mãe precisa considerar o fator tempo X fertilidade. Quer entender melhor como funciona o relógio biológico feminino? Continue a leitura!

Entenda o funcionamento do relógio biológico feminino

O relógio biológico da mulher é implacável. Em cada ciclo menstrual, cerca de mil óvulos são perdidos para que apenas um seja ovulado. Esse consumo natural e fisiológico dos óvulos leva a uma queda constante da reserva ovariana que é um dos fatores que determina a redução da fertilidade com o avançar da idade da mulher. 

Por volta dos 35 anos, e com agravo importante a partir dos 37 anos, a fertilidade feminina sofre redução significativa. Tanto a quantidade, quanto a qualidade de óvulos sofre redução (reserva ovariana).

Por volta dos 50 anos, a quantidade e qualidade de óvulos são tão baixas que a mulher perde sua fertilidade por completo a sua capacidade reprodutiva, chegando à fase da menopausa. 

Sem os folículos ovarianos em funcionamento, ocorre a redução da produção do estradiol (hormônio produzido pelos folículos) que é responsável pelo aparecimento de alguns sintomas típicos desta fase da vida da mulher: secura vaginal, irritabilidade, ondas de calor e outras.

A idade exata do fim da atividade ovariana varia muito de mulher para mulher e é influenciada por diversos fatores genéticos, comportamentais e ambientais: 

  • exposição à radiação pélvica;
  • quimioterapia;
  • cirurgias nos ovários ou tubas uterinas que possam comprometer a circulação de sangue na região dos ovários;
  • tabagismo
  • história familiar de menopausa precoce;

Vale ressaltar que a reserva ovariana, apesar de ter impacto direto no tempo reprodutivo feminino, não é fator determinante de infertilidade! 

Então, qual é o momento ideal para engravidar?

O que mais interfere na quantidade e qualidade dos óvulos é a idade da mulher. Levando em conta apenas este fator, a idade mais indicada para gestação seria entre os  20 aos 30 anos. Neste cenário, há mais probabilidade de engravidar, bem como de ter uma gestação saudável, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Isso porque após os 40 anos, apesar de totalmente possível, a gestação vem acompanhado de aumento de alguns riscos: aumento da incidência de aborto espontâneo, de complicações gestacionais como Diabetes e Hipertensão na gravidez, e também aumento da incidência de doenças genéticas, como a Síndrome de Down. Confira:

  • para mulheres de 30 anos, o risco de ter um filho com Síndrome de Down é de 1 para 880 nascimentos;
  • aos 40 anos, o risco é de 1 para 110 nascimentos.

No podcast Sonho Bem-Vindo, da VidaBemVinda, a doutora Larissa Matsumoto e a doutora Michelle Nagai falam justamente da relação entre idade e fertilidade. Ouça e continue aprendendo sobre o assunto:

É possível desacelerar o relógio biológico da mulher?

Seria incrível poder desacelerar o relógio biológico feminino, mas isso não é possível. Nada do que a mulher faça pode diminuir o consumo natural dos óvulos e nem o impacto do tempo na qualidade ovular. 

Ao contrário do que muitas acreditam, mudanças dos hábitos de vida como aumento de atividade física, dieta saudável e uso de pílula anticoncepcional contínua não são capazes de reduzir a queda da reserva ovariana.

Contudo, quem sonha em ser mãe não precisa se sentir em uma constante corrida contra o tempo. Graças às técnicas de reprodução assistida, você pode se dedicar aos seus projetos pessoais e profissionais sem se preocupar com a queda da reserva ovariana ou com a qualidade dos óvulos.

O melhor caminho para quem já está pensando em planejamento familiar é o congelamento de óvulos

Quer saber mais sobre essa alternativa? Então baixe gratuitamente o e-book com tudo o que você precisa saber sobre o congelamento de óvulos e aprenda o passo a passo desse procedimento que traz mais tranquilidade e segurança para as mulheres que querem adiar a maternidade! 

Dra. Larissa

Por Dra. Larissa Matsumoto

Formada pela Faculdade de Medicina da UNICAMP, realizou Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Atenção Integral à Mulher (CAISM) da UNICAMP. Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela TEGO, concedido pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Atualmente, é pós-graduanda pela Faculdade de Medicina da UNICAMP e médica na Clínica VidaBemVinda.

06 de set de 2022
Compartilhe este post

Os comentários estão desativados.

Artigos relacionados