Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
Receptividade endometrial – entenda sua relevância para a concepção, métodos de avaliação para melhorar essa condição, aumentando as chances...
Realizar o exame de fertilidade feminina é essencial para identificar o quanto antes o que pode estar dificultando a concepção. As causas femininas, isoladamente, são responsáveis por no mínimo 40% dos casos de dificuldades para engravidar registrados nos consultórios médicos.
A investigação da infertilidade deve se iniciar após um ano de tentativas sem sucesso de relações sexuais sem proteção. Esse período cai para seis meses em mulheres com mais de 35 anos. E pode ser até imediata se houver alguma suspeita de que possa haver infertilidade, como por exemplo, ciclos menstruais irregulares ou cólicas menstruais intensas.
Continue a leitura para saber quais são os exames mais importantes para investigar a infertilidade feminina e como eles funcionam. Confira:
A fertilidade varia bastante de acordo com:
Portanto, fazer um exame da fertilidade feminina permitirá um diagnóstico preciso para chegar a raiz do problema e começar o tratamento adequado para que a mulher consiga engravidar.
Veja a seguir quais são os exames.
Exame laboratorial básico para verificar os níveis de hormônios importantes relacionados ao ciclo menstrual e à ovulação, como FSH, LH, estradiol, prolactina, função tireoidiana, testosterona, entre outros.
O ciclo menstrual regular depende do equilíbrio entre todos esses hormônios e o excesso ou falta de um hormônio pode causar infertilidade. Por exemplo: o hipotireoidismo (TSH elevado e T4 livre baixo) pode causar distúrbios de ovulação, um dos motivos da infertilidade.
Alguns exames, como o FSH, LH e estradiol, devem ser colhidos no início do ciclo menstrual, quando sabemos os limites precisos de cada um deles.
Atualmente, a ultrassonografia transvaginal é tão importante na nossa prática clínica que faz parte do exame físico na primeira consulta. Com ela, conseguimos:
O ultrassom pode ser feito em qualquer fase do ciclo menstrual, mas deve ser realizado em fases específicas, dependendo do que se deseja avaliar:
O ultrassom seriado é um exame de fertilidade feminina ainda mais específico para detectar problemas quanto à infertilidade nas mulheres. Por meio dele, é possível acompanhar o crescimento dos folículos ovarianos para estimar quando estarão maduros para ovulação natural ou para coleta.
Por meio desse exame, também é possível descobrir o pico da fertilidade, ou seja, o dia mais fértil da mulher. Na prática, solicitamos que a mulher venha à clínica fazer um ultrassom por volta do 8º ao 10º dia do ciclo e, a partir daí, a cada 2 a 4 dias, até a ovulação. Essas datas são considerando um ciclo entre 26 e 30 dias.
Outro exame de fertilidade feminina bastante utilizado é a Histerossalpingografia, pois avalia a cavidade e as tubas uterinas. Por meio da aplicação de contraste através do colo do útero, seguido de radiografia da região, é possível identificar alterações na anatomia da cavidade endometrial e das tubas ou desvios nesses órgãos a partir do caminho percorrido pelo líquido.
Atualmente, utilizamos um contraste iodado hidrossolúvel que preenche toda a cavidade endometrial e passa pelas tubas, o que fica registrado nas imagens radiográficas. Esse contraste, ao contrário do antigo (lipossolúvel), causa menos desconforto e menos reações alérgicas.
A histerossalpingografia ainda é um exame que causa medo nas pacientes, pois tem fama de causar muita dor. Porém, se feito em um bom laboratório, que utiliza um cateter delicado, contraste aquecido e analgésicos pré-exame, a paciente, muitas vezes, não sente dor alguma.
É um hormônio produzido nos ovários, pelas células da granulosa (casca) dos folículos antrais e pré-antrais (estruturas que contém os óvulos). Sua função diagnóstica principal é estimar a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de óvulos remanescentes. Quanto maior o hormônio anti-mülleriano, maior a reserva de óvulos. Consideramos como baixa reserva ovariana níveis de HAM < 1,2 ng/mL.
O processo consegue ser feito em qualquer fase do ciclo menstrual, mas a mulher não pode, idealmente, ter usado contraceptivos hormonais (pílulas, anel vaginal e injetáveis) nos últimos 3 meses nem biotina nas últimas 72 horas. No Brasil, esse exame de fertilidade feminina, atualmente, não é coberto pelos planos de saúde.
É indicada, principalmente para o diagnóstico de endometriose, problema prevalente em cerca de 10% das mulheres em idade fértil, e cerca de 40% das inférteis.
Esse exame de fertilidade feminina também pode diagnosticar:
Normalmente, pode ser inserido gel intravaginal e retal para aumentar a sensibilidade do exame.
Quando há necessidade, pode ser solicitada a retirada de pequeno fragmento do endométrio em fase específica do ciclo menstrual. Por se tratar de um exame um pouco invasivo, é solicitado somente em casos específicos, como falha de implantação recorrente em fertilização in vitro e em abortamento de repetição.
Esse tipo de exame de fertilidade feminina, que também pode ser considerado uma cirurgia minimamente invasiva, utiliza-se uma câmera para constatar distúrbios, como endometriose, cistos e miomas.
O procedimento é realizado por meio de uma pequena incisão de 1 cm feita no umbigo, para que a câmera possa filmar os órgãos reprodutivos em tempo real. Atualmente utilizamos aparelhos em full HD, que permitem uma visualização até mais detalhada do que a olho nu, pois podemos aproximar a ótica das estruturas mais profundas da pelve feminina.
Vale ressaltar que a videolaparoscopia é, na grande maioria das vezes, indicada como tratamento para doenças já suspeitas, como endometriose. Porém, somente após a cirurgia é que algumas hipóteses são confirmadas (ou descartadas), tendo seu valor terapêutico e também diagnóstico.
É considerado o exame padrão-ouro (gold standard) para detectar alterações dentro do cavidade uterina, como:
É feito em laboratórios especializados, através de uma pequena óptica de 2,7 mm que entra pelo colo do útero e visualiza a cavidade endometrial. Os meios utilizados para distensão do útero são o soro fisiológico e gás carbônico, evitando complicações como alergias.
Não é um exame de fertilidade feminina obrigatório para todas as mulheres inférteis, sendo mais indicado em casos de suspeita de pólipos, abortamento de repetição, sangramento uterino anormal, miomas submucosos, malformações uterinas e falhas de tratamentos de reprodução assistida.
O cariótipo com banda G é capaz de identificar problemas genéticos nos cromossomos do casal, como mosaicismos, translocações e aneuploidias. Em casos de alterações, os pacientes podem ter risco aumentado de doenças genéticas para os filhos, o que indica realizar uma análise genética no embrião, antes da implantação. Isso pode ser feito nos tratamentos de fertilização in vitro.
O cariótipo normalmente é realizado por meio de coleta de sangue e cultivo de linfócitos, o que pode levar até quatro semanas.
Quer engravidar, mas está enfrentando dificuldades? Procure um especialista para tirar todas as suas dúvidas e saber qual exame de fertilidade feminina você deve fazer, caso seja necessário.
Continue lendo nossos conteúdos para saber o que esperar da primeira visita ao médico de fertilidade. E caso ainda tenha alguma dúvida, entre em contato conosco. Até a próxima!
Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente é médico e diretor da Clínica VidaBemVinda e do LabForLife.
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