Os miomas uterinos são tumores benignos que surgem no útero. Podem atingir até 70% das mulheres, especialmente entre os 30 e os 50 anos, mas apenas cerca de 25% geram sintomas. Tendem a regredir com a menopausa, por conta da redução na atividade hormonal.
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Há 4 tipos de miomas, classificados conforme sua localização:
- Miomas subserosos: localizados na porção mais externa do útero (abaixo da serosa), crescendo para fora. Os miomas pediculados, que se conectam à superfície uterina por meio de uma ponte fibromuscular, podem também ser considerados subserosos;
- Miomas intramurais: que se desenvolvem dentro da parede uterina, no miométrio;
- Miomas submucosos: localizados logo abaixo do endométrio (mucosa). Esse é o tipo de mioma mais associado à infertilidade, pois pode prejudicar a implantação e o crescimento do embrião, causando aumento do fluxo menstrual.
Principais dúvidas sobre miomas uterinos
Qual a relação entre miomas e infertilidade?
Os miomas podem causar infertilidade de acordo com o seu tamanho e localização. Se estiverem na região central do útero, alteram o endométrio (camada de revestimento interno do órgão) e podem prejudicar a implantação do embrião. No entanto, há mulheres que engravidam sem problemas, mesmo com a condição. Contudo, há casos (minoria) em que esses tumores podem vir a causar aborto ou parto prematuro.
Qual a relação entre miomas e câncer?
Os miomas são tumores benignos, ou seja, não oferecem risco de desenvolvimento de câncer. Contudo, é preciso que o processo de diagnóstico seja cuidadosamente realizado, com o objetivo de diferenciar os miomas de tumores malignos. Isso pode ser feito por meio de ultrassonografia.
Há mulheres mais vulneráveis ao surgimento de miomas?
Em geral, as mulheres em idade superior a 35 anos, negras ou obesas constituem grupos de risco maior. As mulheres obesas possuem gordura armazenada que aumenta a quantidade de estrogênio, favorecendo o surgimento da condição. Além disso, mulheres com casos de miomas na família também são mais propensas, por conta do fator genético.
Miomas podem voltar?
Sim. O único método definitivo para os casos de miomas é a remoção do útero. A cirurgia de remoção dos miomas pode deixar algum resquício de tecido que pode voltar a crescer. Além disso, nos casos resolvidos por embolização, outros vasos sanguíneos podem passar a nutrir os tumores, crescendo novamente.
Tratamento de miomas uterinos
A maior parte dos miomas não gera sintomas e geralmente são apenas diagnosticados em exames ginecológicos de rotina. Em apenas 25% dos casos há algum sintoma: sensação de peso no abdome, fluxo menstrual intenso, anemia decorrente do fluxo aumentado, dor durante a relação sexual, dor pélvica, abortamentos de repetição, aumento da frequência da micção e prisão de ventre.
As causas não estão claras, mas há aspectos genéticos e desequilíbrios hormonais (de estrogênio e progesterona).
O diagnóstico dos miomas é feito por meio de exames de imagem, como o ultrassom pélvico transvaginal ou abdominal, ressonância magnética da pelve e histeroscopia.
Para quem deseja engravidar e está apresentando dificuldades, a remoção cirúrgica do mioma (miomectomia) é a opção mais recomendada, seja por videolaparoscopia, robótica ou histeroscopia. A técnica e via dependem do tipo, tamanho, número e posição dos miomas. Para as mulheres que não desejam ter filhos, mas sofrem com os sintomas, as opções de tratamento incluem DIU (dispositivo intrauterino) com liberação hormonal (Mirena), pílula anticoncepcional, entre outros. Evidentemente, o tratamento clínico também depende do tipo de mioma. Anti-inflamatórios podem ajudar no controle das cólicas e sangramento.
Em alguns casos, utilizamos análogos do GnRH (Zoladex, Lupron, Gonapeptyl) para reduzir o tamanho dos miomas antes de uma cirurgia, melhorando a anemia e evitando cirurgias maiores.