O acesso à educação de base, à universidade e a métodos anticoncepcionais, assim como a dedicação ao mercado de trabalho, têm feito com que as mulheres adiem cada vez mais a maternidade. A diminuição da reserva ovariana, o qual é o número limitado de óvulos que uma mulher possui ao longo da vida, é um dos principais fatores que impactam a capacidade reprodutiva da mulher.
Quais são as causas da diminuição da reserva ovariana?
A diminuição da reserva ovariana ocorre naturalmente com o envelhecimento, mas também pode ser influenciada por uma série de fatores. Aqui estão algumas das principais causas:
Envelhecimento natural:
A principal causa da diminuição da reserva ovariana é o envelhecimento. Desde o nascimento, a mulher possui uma quantidade limitada de óvulos, que vai diminuindo ao longo da vida. A maior parte da perda ocorre até a adolescência, mas a queda significativa na qualidade e quantidade dos óvulos começa geralmente a partir dos 30 anos, especialmente após os 35.
Fatores genéticos:
A genética desempenha um papel importante na determinação da reserva ovariana de uma mulher. Algumas mulheres podem ter uma diminuição mais precoce ou mais acentuada da reserva ovariana, dependendo dos genes herdados.
Intervenções médicas:
- Quimioterapia e radioterapia: tratamentos para câncer podem afetar severamente a reserva ovariana, pois tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem danificar os óvulos, resultando em uma diminuição prematura da fertilidade;
- Cirurgia ovariana: procedimentos como remoção de cistos ovarianos ou outras cirurgias nos ovários podem afetar a reserva ovariana, dependendo da extensão da remoção do tecido ovariano.
Distúrbios hormonais:
Algumas condições, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou disfunções na produção de hormônios sexuais femininos (como estrogênio e progesterona), podem afetar a função ovariana e a reserva de óvulos.
Tabagismo:
Fumar é uma das causas mais conhecidas e evitáveis da diminuição da reserva ovariana. O tabagismo pode acelerar o envelhecimento dos ovários, prejudicar a qualidade dos óvulos e reduzir a capacidade de concepção.
Excesso de peso ou baixo peso corporal:
O desequilíbrio nutricional pode impactar a função ovariana. Mulheres com índice de massa corporal (IMC) muito baixo ou muito alto podem ter alterações na reserva ovariana. O baixo peso corporal pode afetar a ovulação, enquanto o excesso de gordura corporal pode interferir nos níveis hormonais necessários para uma reserva ovariana saudável.
Exposição a substâncias químicas e toxinas:
A exposição a produtos químicos, como pesticidas, produtos de limpeza e algumas substâncias industriais, tem sido associada à diminuição da reserva ovariana e à infertilidade.
Doenças autoimunes:
Algumas doenças autoimunes, como o lúpus, podem causar inflamação nos ovários e prejudicar a função ovariana, levando à diminuição da reserva ovariana.
Infecções ginecológicas:
Infecções graves nos órgãos reprodutivos, como a clamídia, podem danificar os ovários ou as trompas de falópio, afetando a fertilidade a longo prazo.
Esses fatores podem contribuir para a diminuição precoce da reserva ovariana, mas é importante lembrar que o envelhecimento natural continua sendo a principal causa. Mulheres que estão preocupadas com sua reserva ovariana ou fertilidade devem consultar um especialista em saúde reprodutiva para discutir suas opções e realizar exames apropriados.
Quais são os tipos de tratamento para a diminuição da reserva ovariana?
O tratamento para a diminuição da reserva ovariana depende da situação específica de cada paciente. O principal objetivo do tratamento é otimizar as chances de fertilidade e, em alguns casos, preservar a fertilidade para o futuro. Aqui estão os principais tipos de tratamento para a diminuição da reserva ovariana:
Criopreservação de óvulos (congelamento de óvulos)
Nos últimos anos, a preservação da fertilidade por meio da criopreservação dos óvulos tem se tornado uma opção cada vez mais acessível e comum, especialmente entre mulheres que desejam adiar a maternidade para focar em outros projetos pessoais ou profissionais.
A técnica oferece uma alternativa para aquelas que, por diversos motivos, optam por postergar o momento de ter filhos, mas não querem comprometer a possibilidade de engravidar no futuro.
Apesar disso, é importante compreender que a qualidade e a quantidade de óvulos diminuem com o passar dos anos, sendo que após os 35 anos a fertilidade feminina tende a cair significativamente. Com isso, o monitoramento da reserva ovariana se torna fundamental para que as mulheres possam planejar melhor suas escolhas reprodutivas.
Fertilização in vitro:
Quando a diminuição da reserva ovariana é mais significativa, a fertilização in vitro (FIV) é uma opção eficaz. A FIV envolve a estimulação ovariana com medicamentos para produzir múltiplos óvulos, que são então coletados e fertilizados fora do corpo.
Os embriões gerados são posteriormente transferidos para o útero da mulher. Esse tratamento é frequentemente indicado para mulheres com reserva ovariana reduzida que não conseguem engravidar naturalmente ou por inseminação intrauterina.
Inseminação intrauterina (IIU):
Outra opção é a inseminação intrauterina (IIU), que consiste na introdução de esperma diretamente no útero durante o período fértil da mulher. Essa técnica pode ser utilizada em casos em que a reserva ovariana não está severamente comprometida, mas em que a fertilidade não foi alcançada por outros meios. Ela é combinada com a estimulação ovariana para aumentar a produção de óvulos.
Suplementação hormonal:
Para mulheres que ainda têm uma boa função ovariana, mas que buscam melhorar suas chances de concepção, o tratamento com suplementação hormonal, conhecido como estimulação ovariana, é uma alternativa.
Nesse tratamento, medicamentos hormonais são utilizados para aumentar a produção de óvulos durante o ciclo menstrual, o que pode ser combinado com inseminação intrauterina ou FIV para maximizar as chances de gravidez.
Doação de óvulos:
Além das opções acima, muitos casais recorrem à doação de óvulos como uma solução quando a reserva ovariana está severamente comprometida. Nesse processo, óvulos de uma mulher jovem e saudável são utilizados para fertilizar o esperma do parceiro da paciente, com a transferência do embrião para o útero da mulher receptora.
Essa é uma opção eficaz quando a mulher não pode usar seus próprios óvulos devido à baixa reserva ovariana ou falência ovariana precoce.
Vida saudável:
Além dos tratamentos e possibilidades à reserva ovariana, é importante também adotar uma dieta saudável para manter a qualidade dos óvulos: evitar tabagismo, café, refrigerantes e álcool. Ingerir ácido fólico, vitamina D, alimentos com ômega 3. Praticar exercícios físicos regularmente e adotar um ritmo de vida menos estressante são também importantes para uma gravidez saudável.
No entanto, o tratamento da diminuição da reserva ovariana deve ser cuidadosamente planejado e acompanhado por especialistas em fertilidade, que podem ajustar as opções conforme as necessidades individuais da paciente. Monitoramentos regulares, como exames de ultrassonografia e dosagem de hormônios, também são fundamentais para avaliar a resposta ao tratamento e planejar as próximas etapas.
Cada caso é único, e a escolha do tratamento depende de uma série de fatores, incluindo a idade, o estado de saúde geral e os objetivos reprodutivos de cada mulher.
Ainda tem dúvidas sobre qual tratamento é o mais indicado para você? Leia o artigo comparativo entre FIV e Inseminação Intrauterina e descubra qual técnica pode ser mais adequada ao seu perfil e necessidades.




