Congelamento de Embriões — Ciência a Favor da Vida Durante a Pandemia do Coronavírus

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A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, não recomenda a transferência de embriões neste momento de pandemia do novo Coronavírus. Entretanto, como não temos uma previsão exata de quando a situação irá se normalizar, a sugestão para mulheres com idade avançada ou reserva ovariana mais baixa, é o congelamento de embriões, também conhecido como Criopreservação de Embriões.

Esse procedimento é uma forma de assegurar que as mulheres, que não podem esperar para realizar tratamentos, tenham maiores chances de realizar o seu sonho de ser mãe após o controle da pandemia.

Como é feito o congelamento de embriões?

Aguardar para iniciar tratamentos de fertilidade pode impactar no sucesso dos procedimentos, por essa razão, é importante realizar a preservação da fertilidade por meio do congelamento de embriões.

O procedimento é feito por meio da Fertilização in Vitro (FIV). Primeiro, os óvulos são coletados da paciente, em seguida, são fecundados por espermatozóides (que podem ser do parceiro ou de um doador) no laboratório.

Após os embriões se desenvolveram, são selecionados e congelados com nitrogênio líquido. Para isso, é utilizada a técnica de vitrificação, um congelamento ultra rápido que reduz a formação de cristais de gelo no interior do embrião e aumenta a chance de sobrevivência.

A técnica é altamente segura e eficaz. Hoje, as taxas de sobrevivência no descongelamento de embriões, sem comprometer a saúde, é de 96 a 98%. Além disso, o fato de congelar os embriões ainda otimiza as chances de sucesso de engravidar, em alguns casos, como pacientes com idade maior que 38 anos, pacientes sob risco da Síndrome de Hiperestímulo Ovariano. .

Assim que a pandemia da Covid-19 for controlada,os casais poderão realizar o descongelamento dos embriões e poderão recorrer à transferência embrionária, em que o embrião é depositado dentro da cavidade uterina. Não será necessário a indução da ovulação e coleta de novos óvulos.

Vantagens do congelamento de embriões

Além de preservar a fertilidade e aumentar as chances de uma gravidez futura, o congelamento de embriões ainda oferece outras vantagens, como:

  • evitar síndrome de hiperestímulo ovariano;
  • investigar melhor fatores uterinos, quando a paciente tem risco de aborto ou falha de implementação de embrião;
  • solução para garantir as probabilidades de gravidez no futuro, por exemplo, caso a paciente tenha cirurgias marcadas ou em períodos de insegurança sanitária, como esse, e em que evitamos fazer transferência embrionária (essa técnica também foi usada na época do Zika Vírus);
  • preservação de fertilidade dos casais;
  • programar melhor a sincronia entre o embrião e endométrio, focando somente do endométrio quando for realizar o preparo para transferência embrionária;
  • possibilidade de realizar biópsia de embrião, para análise genética dos embriões.

Quanto tempo o embrião pode ficar congelado? Ele perde a saúde?

Não há um tempo estipulado para manter os embriões congelados sem comprometer a saúde. Já ocorreu gravidez com embrião congelado que foi guardado por 25 anos.

Depois que o casal conseguiu engravidar e ainda possui embriões congelados, mas desejam descartá-los, devem aguardar legalmente por três anos para realizar o descarte. Ou também podem optar por doar para pesquisa.

No entanto, o casal que optar por doação dos embriões a outros casais, podem realizar o procedimento qualquer momento, não sendo necessário aguardar este período de três anos do congelamento embrionário.

Gostou de entender como o congelamento de embriões é uma alternativa para v diante da pandemia do Coronavírus? Confira também outros artigos no blog da VidaBemVinda.

Dra. Larissa

Por Dra. Larissa Matsumoto

Formada pela Faculdade de Medicina da UNICAMP, realizou Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Atenção Integral à Mulher (CAISM) da UNICAMP. Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela TEGO, concedido pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Atualmente, é pós-graduanda pela Faculdade de Medicina da UNICAMP e médica na Clínica VidaBemVinda.

07 de maio de 2020
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