Inseminação Caseira: Entenda os Riscos
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Todo início de ciclo menstrual, a mulher recruta folículos- que são unidades do ovário que contém oócitos, que crescem por meio da estimulação hormonal. Geralmente, a reposta da mulher é monofolicular, ou seja, só um folículo cresce no mês, liberando um óvulo. Os demais folículos que não cresceram, morrem – processo chamado atresia folicular. Na FIV, todos esses folículos que já morreriam no final do ciclo, são estimulados com uso das medicações. Então, a FIV não modifica a reserva ovariana, apenas aproveitamos os folículos que já se perderiam no final de um ciclo menstrual.
O tempo de estimulação na fertilização é entre 9-14 dias. É um tempo curto para o ganho ponderal exagerado na FIV. O que pode acontecer é uma retenção hídrica ou inchaço pelo aumento dos ovários, mas que melhora em até 5 dias após a captação. Outros fatores podem colaborar para o ganho de peso como ansiedade e alteração de humor.
A FIV tem o mesmo risco de malformação que o risco populacional: 4%. O principal estudo relacionado com o risco de malformação mostrou que quando retiramos algumas variáveis, principalmente idade materna e fator masculino, o risco de malformação é o mesmo da FIV ou concepção natural. Esses fatores, causas de infertilidade, podem sim aumentar o risco de malformação – mas não a técnica utilizada.
Vários estudos já mostraram que o uso de hormônios – (gonadotrofinas) para estimular os ovários não aumentam o risco de tumores de mama e ovário e isso independe do número de tentativas de FIV.
Hoje é raro uma paciente ser hospitalizada por hiperestímulo ovariano, que conseguimos controlar com dose adequada de medicação, monitoramento ultrassonográfico e dosagem hormonal. A administração da medicação correta e a vitrificação de embriões são importantes para evitar hiperestímulo grave. Em pacientes com ótima reserva, uma forma leve de hiperestímulo pode ocorrer, apresentando desconforto abdominal devido ao tamanho aumentado dos ovários. Mas, dentro de três a cinco dias já apresenta melhora do quadro.
Com a FIV podemos transferir um único embrião e com isso diminuir o risco de gestação múltipla. A chance desse embrião se dividir é muito baixa – 0,4%. O que aumenta o risco de gestação múltipla é a transferência de dois embriões ou mais, principalmente embriões de qualidade. Mesmo com a transferência de dois embriões, a maior parte dos casais tem gestação única: 80%. Em outros tratamentos, como Relação Sexual Programada e Inseminação Intrauterina, seja por indução de ovulação com medicação oral ou injetável, não temos controle no risco de gêmeos, trigêmeos, etc. Todos os folículos que crescem podem liberar óvulos. E todos os óvulos podem ser fecundados e formarem um embrião, aumentando o risco de gemelaridade.
A vitrificação, técnica utilizada para congelar o embrião, é um processo seguro e que não danifica o embrião. A chance de perder esse embrião com o descongelamento é menos de 5%, desde que seja um embrião com qualidade. E em alguns casos, o congelamento é até melhor, para diminuir o risco de hiperestímulo ovariano e também melhorar a receptividade endometrial devido aos níveis aumentados de hormônios durante a estimulação os ovários: estradiol e progesterona. Em um ciclo posterior de preparo endometrial, seja por medicação ou natural, os níveis ficam mais fisiológicos e aumenta a taxa de sucesso da FIV!
Ter relação antes da transferência pode aumentar a chance de sucesso, visto que o contato com o fluido seminal ou esperma, provoca o primeiro contato imunológico da mãe com o pai, melhorando as chances de implantação. Relação em até três dias antes da transferência aumenta a chance de gravidez clínica em até 23%! Isso vale também para os pacientes vasectomizados, aspérmicos, pois eles também produzem fluido seminal.
Geralmente transferimos o melhor embrião na primeira tentativa. Então isso é um mito. Em alguns casos, a chance pode melhorar com outras tentativas após diagnóstico e correção da causa de falha de implantação, como trombofilia, causas imunológicas, alteração da receptividade endometrial, patologias uterinas e endometriose.
A acupuntura não aumenta a taxa de nascidos vivos e não diminui a taxa de abortamento, mesmo quando realizada estimulação em pontos chaves para implantação. Mas também não há contraindicação, visto que, para algumas pessoas, a acupuntura pode melhorar a ansiedade e bem estar, ajudando a paciente a passar com mais tranquilidade por esse momento.
Apesar de todos os mitos, a FIV é um procedimento seguro e com avanço nos últimos anos. Técnicas modernas e uma consulta com especialista pode ajudar a decidir sobre a melhor opção para você.
Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez
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