Receptividade Endometrial: O Que Isso Significa?
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O exame de colpocitologia oncótica deve fazer parte da rotina de autocuidado da mulher. Esse procedimento é fundamental para prevenir o câncer de colo uterino — patologia de alta prevalência. Esse tipo de câncer é o terceiro que mais atinge o público feminino, além da quarta causa de morte nesse grupo por neoplasia maligna (câncer ou tumor que gera uma proliferação descontrolada e anormal de células).
Continue a leitura do artigo para saber mais sobre células neoplásicas e o resultado de exames de Papanicolau.
A neoplasia de colo uterino é uma doença em que células anormais proliferam e geram uma lesão. O principal agente causador é o vírus HPV, sendo os subtipos oncogênicos mais comuns o 16 e o 18, presentes em 70% dos casos da patologia.
O HPV é um vírus comum do trato genital feminino, porém, na maior parte das vezes não provoca sintomas. Alguns subtipos do vírus, causam uma patologia benigna, que leva ao aparecimento de verrugas genitais, enquanto outros podem levar a alterações mais graves que, se não tratadas, podem evoluir para o câncer de colo uterino. Por isso, exames como a colpocitologia oncótica são importantes para prevenção e ação imediata caso existam células alteradas, evitando que o início de uma lesão do colo progrida para um câncer mais avançado.
Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil teve mais de 223 mil diagnósticos de neoplasia em mulheres em 2020 — sem contar os casos de pele não melanoma. Quanto mais cedo se descobre a alteração, melhor o prognóstico da doença, sendo a maioria dos casos curáveis.
O exame de colpocitologia oncótica detecta alterações nas células do colo do útero, como as neoplasias que explicamos acima. Ele também é conhecido como esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica cervical. É comumente chamado de Papanicolau em homenagem ao seu criador, o patologista grego Georges Papanicolaou.
O grande objetivo desse teste é detectar lesões na região do colo uterino precocemente, antes mesmo da paciente manifestar algum sintoma, por isso, é tão importante a sua realização frequente.
Realizar o exame de colpocitologia oncótica é muito importante para a prevenção do câncer de colo uterino. Ele não faz diagnóstico da doença, mas uma vez alterado, exames complementares são realizados para obtenção de material do colo uterino por meio de biópsia para a confirmação e tratamento adequado.
O resultado do exame de Papanicolau pode mostrar no laudo a presença de bactérias ou fungos, responsáveis por infecções como candidíase, tricomoníase e vaginose bacteriana.
A classificação mais recente é de presença ou ausência de células neoplásicas. Assim, o laudo atual descreve o tipo de células presentes no exame (escamosas, epitélio glandular ou células colunares, metaplasia) e a flora bacteriana (lactobacilos são bactérias normais da flora vaginal).
Após as descrições, se não encontrar lesões pré-malignas ou malignas, o resultado virá como negativo para células neoplásicas, ausência de atipias ou negativo para malignidade, o que anteriormente era definido como classe I (normal) ou classe II (inflamatório).
Algumas alterações celulares também podem ser encontradas, sendo as mais comuns:
Caso o exame de colpocitologia oncótica encontre células atípicas de significado indeterminado, na maioria das vezes, quer dizer que é uma alteração benigna, que pode ocorrer por alteração hormonal, infecção ou inflamação.
Contudo, não podemos descartar a presença de alterações malignas. Estudos recentes mostram que aproximadamente 10% das mulheres diagnosticadas com ASCUS e HPV podem desenvolver câncer de colo uterino em até cinco anos. Portanto, o monitoramento se torna ainda mais importante nesses casos
Esse resultado é indeterminado e pode indicar lesões precursoras do câncer do colo do útero, ou seja, um alto risco para células malignas.
As lesões pré-malignas são condições pré-cancerosas, alterações no formato das células ou surgimento de condições patológicas que podem resultar em câncer. As mais comuns são:
Frente a alteração do exame, faz-se necessário acompanhamento para solicitação ou de exames complementares como colposcopia com biópsia e pesquisa de HPV.
O acompanhamento é imprescindível frente a todas as alterações e principalmente em pacientes com HSIL, uma vez que realizada biópsia, em 50% dos casos o resultado é conclusivo para carcinoma in situ e 7% para carcinoma invasivo.
Não deixe de realizar periodicamente o exame de colpocitologia oncótica e verificar se os resultados dão negativo para células neoplásicas. Caso você receba um diagnóstico positivo e sonhe em ser mãe, é importante pensar em tratamentos, mas também na preservação da sua fertilidade. Saiba mais sobre o assunto no artigo sobre o congelamento de óvulos!
Por Dra. Fernanda Imperial Carneiro Liez
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC. Fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
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