Saiba mais sobre a relação entre a idade e a fertilidade

Compartilhe este post

Apesar de ainda sofrer com machismo e desigualdade de oportunidades, a mulher conquista cada vez mais seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho. No entanto, há uma distinção biológica com a qual a mulher não pode se equiparar ao homem: esperar para ter um filho.

O acesso à educação, à universidade e a inserção no mercado de trabalho faz com que muitas adiem seus planos para se tornarem mães. Essa tendência, aliada à falta de informação sobre a relação entre idade e fertilidade, tem aumentado o número de casos de infertilidade, um distúrbio caracterizado depois de um ano de tentativas malsucedidas de engravidar.

Atualmente, aproximadamente 15% dos casais que desejam engravidar sofrem com infertilidade em todo o mundo, sobretudo em países desenvolvidos e urbanizados.

Ocorre que, diferentemente do homem, a mulher se torna infértil em menos tempo. Após os 32 anos, a mulher se depara com a perda de qualidade de seus óvulos, o que é mais acentuado depois dos 37 e dos 40 anos. Essas características dificultam a fecundação e ainda propiciam chances maiores de o feto desenvolver disfunções genéticas, como Síndrome de Down ou de Kleinefelter.

O risco de aneuploidia, divisão celular errônea, é maior depois dos 35 anos, o que pode também dificultar a entrada do espermatozoide ou os processos subsequentes à sua fecundação, impedindo a formação do embrião. Esse processo é a causa mais comum de abortos espontâneos.

Embora qualquer casal possa ter um embrião aneuploide, a probabilidade aumenta com a idade da mãe: uma gestação acima dos 40 anos, por exemplo, possui cerca 80% de chance de alteração genética.

Além da questão da qualidade, a quantidade de óvulos é limitada e bastante restrita na faixa dos 40 anos. Para isso, se quiser planejar a gravidez, a mulher pode fazer exames de sangue que detectam os níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante) e AMH (hormônio anti-mülleriano), bem como fazer um ultrassom com contagem de folículos antrais, que indicam a reserva ovariana. Através desses dados, o médico consegue afirmar se há possibilidade de esperar um pouco mais ou se um tratamento para infertilidade deve ser feito, para aumentar as taxas de sucesso.

De acordo com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), uma em cada seis gestantes estão acima dos 35 anos. Já o Laboratório Fleury indica que, em São Paulo, 35% das gestantes já possuem mais de 35 anos, e 15% mais de 40 anos. Médicos indicam que a idade biologicamente ideal à primeira gravidez é até os 25 anos.

O Ministério da Saúde divulgou, no fim de 2014, o estudo Saúde Brasil, que traça um panorama da saúde nacional. Uma constatação bastante evidente foi o aumento do número de mães que têm o primeiro filho acima dos 30 anos: os 22,5% de mulheres nessas condições registradas na última década subiu para 30%. Da mesma maneira, o índice de mães com menos de 19 anos caiu de 23,5% para 19,3% no mesmo período.

O homem, por sua vez, começa a produzir espermatozoides na puberdade e continua até o final da vida. Apesar de estudos sugerirem alterações genéticas, homens conseguem ter um filho saudável após os 50 anos.

Claro que há complicações: drogas e anabolizantes prejudicam a formação dos espermatozoides, enquanto o tabagismo contribui à disfunção erétil. O padrão é ter no mínimo 15 milhões de espermatozoides por ml de sêmen e que 32% deles sejam móveis e progressivos, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina, subir pelo colo do útero e chegar à tuba uterina para fecundar o óvulo.

Portanto, o efeito do relógio biológico é muito mais agressivo à fertilidade da mulher do que à do homem. Assim, é de fundamental importância que o casal conheça os efeitos e causas da infertilidade para planejar uma gravidez saudável.

Consultar os médicos regularmente, realizar os exames de saúde indicados, manter alimentação balanceada, evitar álcool e cigarro são recomendáveis tanto para homens como mulheres, embora estas tenham o limite para sua gestação em torno dos 40 anos, ou seja, até metade da idade masculina.

Vida Bem Vinda

Por Vida Bem Vinda Master

23 de nov de 2015
Compartilhe este post

Os comentários estão desativados.

Artigos relacionados